segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PT amplia alianças para eleição de 2012

Para eleger mais prefeitos, o PT aprovou em seu congresso uma política de alianças ampla, abrindo caminho para compor com o PMOB, todos os partidos da base e o PSD de Gilberto Kassab, sem restrições ideológicas. Com o PSDB, DEM e PPS, considerados adversários, foi proibida a formação de chapas de prefeito e vice, mas não alianças proporcionais, para vereador. A resolução aprovada pelo PT defende a regulamentação da mídia. O partido fará campanha para pressionar o governo e o Congresso a tratar do assunto

PT abre caminho para alianças com PMDB e PSD

Congresso petista amplia política de composições; há chance até de coligação proporcional com DEM, PSDB e PPS

Adriana Vasconcelos e Cristiane Jungblut

BRASÍLIA. Disposto a ampliar seu poder nas principais cidades do país, o PT aprovou ontem, em seu 4º Congresso Nacional, uma ampla política de alianças para as eleições municipais de 2012, abrindo caminho para compor com o PMDB e demais partidos da base. Não foram feitas restrições nem mesmo ao PSD, sigla que está sendo criada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e que vem abrigando dissidentes da oposição, embora um grupo tenha chegado a propor a proibição de coligações com a nova legenda. Eleitos como adversários, DEM, PSDB e PPS inclusive podem chegar a coligações com o PT, desde que não seja para composição de chapa.

Diante do quórum baixo, a direção nacional evitou a votação da emenda que proibia alianças com o PSD. O partido rejeitou todas as emendas que limitavam as coligações apenas com partidos de centro-esquerda.

A proposta para privilegiar partidos do "campo democrático" foi apresentada pela tendência Mensagem, do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e rejeitada porque a direção entendeu que daria margem a interpretações de que coligações com aliados como o PMDB - do vice-presidente Michel Temer - não eram bem-vindas.

- Aprovamos uma tática eleitoral e uma política de alianças que prevê composições amplas com os partidos da base aliada do governo e que considera como nossos adversários o PSDB, o DEM e o PPS, com os quais não faremos chapa - disse o presidente do PT, Rui Falcão.

Ele acrescentou que não faria sentido votar a questão do PSD, já que a sigla ainda não foi criada:

- Imagino que não se faz restrição a um partido que ainda não existe, que tem a segunda bancada da Bahia e tem votado com o governo no Congresso. Não se confunda isso com o governo Kassab em São Paulo, ao qual fazemos oposição e contra o qual disputaremos a eleição.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), comemorou o texto final:

- Aprovamos, pela primeira vez, uma política ampla de alianças. Não existe proposta de privilegiar coligações com partidos de centro-esquerda e, sim, com os partidos do governo Dilma.

Uma das correntes da esquerda petista, O Trabalho, sugeriu, sem sucesso, a proibição de alianças com o PMDB, considerado pelo governo Dilma como um aliado preferencial, já que seu vice, Michel Temer, pertence à legenda. A corrente critica a aliança com Temer e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

- A linha geral diz que teremos, sim, coligação com o PMDB, com quem governamos centenas de municípios no Brasil - disse Falcão.

FONTE: O GLOBO

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