sábado, 10 de setembro de 2011

Rio já se organiza para manifestação contra corrupção no próximo dia 20

Evento será na Cinelândia; outras capitais também vão aderir ao protesto

Cássio Bruno

Depois dos protestos contra corrupção realizados na última quarta-feira, Dia da Independência, em várias cidades do país, quando pelos menos 30 mil pessoas foram às ruas, o Rio de Janeiro já prepara um grande encontro no próximo dia 20, a partir das 17h, na Cinelândia. O evento, organizado pelo movimento "Todos Juntos Contra a Corrupção", criado em agosto deste ano nas redes sociais, também será realizado, simultaneamente, em São Paulo, Campo Grande, Recife e Manaus, entre outras capitais.

- Queremos que o carioca se empenhe e apareça na nossa manifestação para mostrar toda a indignação que estamos sentindo com a corrupção - disse a empresária Cristiane Maza, de 50 anos, uma das idealizadoras da marcha.

Além da convocação da população pelo Facebook, o movimento está recebendo doações de materiais para a confecção de faixas, cartazes e camisas. A expectativa é que, como ocorreu em Brasília, cerca de 25 mil pessoas compareçam ao encontro. Não será permitida a participação de partidos políticos.

- Precisamos incentivar a população. Espalhei alguns cartazes nas ruas de Santa Teresa, onde eu moro. Vamos distribuir no Centro do Rio, em Copacabana e na Tijuca. Faremos um trabalho de formiguinha nas ruas e na internet. Não temos dinheiro - ressaltou Cristine.

Ela criticou a ausência de entidades tradicionais da História do Brasil em grandes marchas, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Central Única de Trabalhadores (CUT):

- Acho que as manifestações contra corrupção vão acontecer mais vezes. Mas as entidades, na verdade, agora têm um partido. Elas não estão mais apartidárias. Todas têm ligações políticas.

"O evento é da sociedade civil"

Outro organizador da manifestação, o webdesign Chester Martins, de 41 anos, lembrou a importância da mobilização entre os moradores:

- O evento é da sociedade civil. Todos têm que se mobilizar. Não basta a gente fazer o protesto, e as pessoas não se indignarem com a corrupção.

Na última terça-feira, no Rio, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) anunciou apoio ao movimento contra corrupção criada por senadores da Frente Parlamentar Anticorrupção, que já conta com a parceria da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

- Sem mobilização popular, não vamos ter modificação essencial nesse quadro de práticas fraudulentas na administração pública - afirmou o presidente da ABI, Maurício Azedo.

No mesmo dia, a Federação de Industrias do Rio (Firjan) lançou o "Manifesto do Empresariado Brasileiro em Favor da Ética na Política", de "apoio incondicional às medidas de combate à corrupção levadas a cabo pela presidente Dilma Rousseff". O evento teve a participação de nove senadores da Frente Anticorrupção. Em agosto, senadores revezaram-se na tribuna para discursar em favor de medidas de Dilma contra a corrupção no governo.

No texto, a Firjan cobrou atitude mais efetiva dos sindicatos em favor do combate à corrupção. "A mobilização não deve se restringir ao empresariado. É necessário que toda a sociedade civil se posicione, incluídas as entidades representativas dos trabalhadores", diz o documento, lido pelo presidente da Federação, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.

FONTE: O GLOBO

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