terça-feira, 4 de outubro de 2011

Greve dos Correios vai para o TST

Audiência entre empresa e trabalhadores pode pôr fim à paralisação hoje

Geralda Doca e Wagner Gomes

BRASÍLIA e SÃO PAULO. A greve dos Correios, que já dura 22 dias, pode ter um desfecho hoje. Representantes da estatal e dos trabalhadores participarão de uma audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST). O encontro será mediado pela vice-presidente do Tribunal, Cristina Peduzzi.

O Tribunal entrou no conflito depois que, na sexta-feira, a empresa apresentou pedido de liminar para que a Justiça suspendesse a greve por se tratar de serviço essencial e abrisse processo de dissídio coletivo. Na falta de acordo entre as partes, o TST vai decidir o reajuste da categoria.

Mas o pedido para suspender o movimento foi negado pela ministra Cristina Peduzzi, alegando o direito dos funcionários à greve. Segundo a empresa, com a paralisação, 136 milhões de cartas e encomendas estão atrasados.

Com impasse, bancários continuam de braços cruzados

Já a greve dos bancários entra hoje em sua segunda semana sem qualquer sinal de uma retomada das negociações entre os trabalhadores e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), a adesão à greve aumentou ontem: ficaram fechados 7.950 agências e centros administrativos de 26 estados e o Distrito Federal, 85 locais a mais que na sexta-feira, e Roraima aderiu.

A Fenaban afirmou já ter feito duas propostas de reajuste, mas os trabalhadores continuam inflexíveis. A Contraf, por sua vez, disse que espera um índice maior. Na última reunião, em 23 de setembro, os bancos ofereceram reajuste de 8%, com aumento real de 0,56%. Os trabalhadores reivindicam 12,8% de reajuste, aumento real de 5%.

Os bancários exigem ainda valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, mais segurança e melhora no atendimento aos clientes.

- Mantemos nossa disposição de diálogo - disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Ele citou dados do Dieese mostrando que o piso dos bancários brasileiros é de US$735, abaixo do de argentinos (US$1.432) e uruguaios (US$1.039). Segundo a entidade, cerca de 140 mil bancários (30% do total) recebem o piso no Brasil.

FONTE: O GLOBO

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