quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Paralisação de médicos chega a 85%

Profissionais do SUS de 21 estados cruzaram os braços por 24 horas

BRASÍLIA, CAMPO GRANDE, CUIABÁ, CURITIBA, FLORIANÓPOLIS, RECIFE, RIO e SÃO PAULO. O presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, disse que a paralisação dos médicos do SUS por 24 horas, em 21 estados, obteve ontem adesão de 85%. A estimativa, segundo ele, é resultado de informações parciais recebidas ao longo do dia. Carvalhaes afirmou que o piso salarial médio da categoria, na rede pública, é de cerca de R$2.800 por mês, por jornada de 20 horas. A federação reivindica R$9.188,22 mensais.

Segundo ele, os casos considerados de urgência foram atendidos em todo país e apenas procedimentos eletivos, como exames e consultas, foram adiados.

A federação e outras duas entidades - o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira - divulgaram manifesto que será encaminhado ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O documento pede mais investimentos do governo na área de saúde, remuneração adequada e melhor infraestrutura física e de recursos humanos.

O Ministério da Saúde não comentou a paralisação. De acordo com o ministério, cabe às secretarias municipais e estaduais de Saúde comentarem.

Em Minas, o Sindicato dos Médicos estimou em 80% a adesão de profissionais da rede pública que teriam aderido à paralisação. Em São Paulo, segundo o sindicato, apenas consultas eletivas foram adiadas.

No Piauí, a presidente do Sindicato dos Médicos, Lúcia Santos, afirmou que a paralisação dos hospitais da rede pública estadual chegou a 100%. Segundo ela, os médicos continuarão com a greve até amanhã. No Recife, o Sindicato dos Médicos calculou em quase 100% a adesão dos 118 Postos de Saúde da Família (PSF), mas reconheceu que os hospitais não foram afetados.

Em Mato Grosso do Sul, os médicos não pararam, e cinco profissionais foram voluntários para reforçar o atendimento na Unidade de Pronto Atendimento no bairro Coronel Antonino, em Campo Grande.

Em Santa Catarina, o movimento foi considerado fraco e a interrupção do atendimento durou apenas uma hora. Já no Mato Grosso e no Paraná, os médicos resolveram manter o atendimento para não piorar a situação para os pacientes. No Rio, médicos se reuniram nas escadarias da Assembleia Legislativa (Alerj), mas os hospitais não interromperam o atendimento.

FONTE: O GLOBO

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