segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Cúpula do PDT se reúne para discutir futuro de ministro

Permanência de Lupi no Ministério do Trabalho divide partido, que teme perder o controle da pasta para o PT

Desgaste sofrido com denúncias e medo da reforma planejada pela presidente preocupam dirigentes da legenda

Catia Seabra

BRASÍLIA - O comando do PDT se reúne amanhã para discutir a conveniência de manter o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, na equipe da presidente Dilma Rousseff. O ministro deverá participar da reunião.

Apesar da avaliação do governo de que a crise arrefeceu no fim de semana por falta de novas denúncias, uma ala do partido defende a precipitação da saída de Lupi por temer a perda da pasta para o PT na reforma ministerial programada para janeiro.

Além dos rumores de que será acomodado num ministério menor, o PDT reclama do desgaste de sua imagem nas últimas semanas. A situação de Lupi se agravou com a revelação da revista "Veja" de que o ministro cumprira agenda oficial no Maranhão a bordo de avião providenciado por Aldair Meira.

Meira controla duas ONGs beneficiárias de convênios no valor de R$ 10,4 milhões com a pasta. Lupi negou o uso do avião, mas, confrontado com a versão do empresário, voltou atrás e atribuiu o equívoco a uma falha de memória.

Presidente interino do PDT, o deputado André Figueiredo externou sua preocupação à Executiva da sigla na semana passada. "Não quero falar mais sobre isso", disse, resistindo a conceder entrevista.

Enquete feita pela Folha na semana passada mostra que Lupi tem apoio de 15 dos 31 parlamentares do PDT para ficar na pasta. Em favor de Lupi, o secretário-geral do PDT, Manoel Dias, convocou uma reunião do Diretório Nacional para o mês que vem. "É o diretório que decide isso. E temos a maioria."

"Não acredito que Lupi vá sair. Nem vi a presidente falar em reforma", disse o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT).

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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