quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Mario Monti promete apresentar hoje seu gabinete de governo

Primeiro-ministro designado da Itália admite ter discutido com políticos medidas "não agradáveis"

Agências internacionais

ROMA - O primeiro-ministro designado da Itália, Mario Monti, disse ontem que apresentará seu gabinete de governo hoje ao presidente italiano, Giorgio Napolitano. Monti não revelou a lista de ministros nem o conteúdo de um possível plano de governo até 2013, mas afirmou que tudo já está bem detalhado.

Ex-comissário europeu e economista, Monti gastou o dia de ontem em reuniões com caciques políticos italianos. O Partido do Povo da Liberdade, do ex-premiê Silvio Berlusconi, apoiará um governo de emergência de Monti, bem como o Partido Democrático, o principal e maior da centro-esquerda italiana.

Monti afirmou que algumas das medidas que ele discutiu com os políticos "não são agradáveis", mas poderão ser adotadas como parte de um plano mais amplo para recuperar a economia italiana, a terceira maior da zona do euro.

Monti também se reuniu com líderes empresariais, sindicalistas e lobbies da indústria italiana. Segundo ele, todos estão "abertos a sacrifícios parciais" para o bem comum da Itália.

Enquanto um imposto sobre os mais ricos poderá não ser tão efetivo quanto muitos dos seus defensores acreditam, a lógica é que "seria visto como um imposto socialmente aceito pelos contribuintes de renda menor, que serão afetados por cortes de gastos do governo", disse o economista Luigi Speranza, do banco BNP Paribas.

Muitos economistas esperam que Monti tente mudar rapidamente o sistema previdenciário italiano, cortando benefícios para trabalhadores que estão perto da idade da aposentadoria.

Na semana passada, Napolitano nomeou Monti senador vitalício e abriu caminho para que o economista lidere um novo governo, após a queda de Berlusconi. Monti insiste que já tem ampla maioria parlamentar.

Ele recebeu ontem vários sinais de apoio político dos senadores e deputados, embora a maioria dos partidos tenha dito que não deseja participar do governo, que deverá durar até 2013, quando ocorrerão eleições.

Perto do poder. O ex-primeiro-ministro Berlusconi tem mantido nos últimos dias uma série de contatos telefônicos com líderes internacionais, entre eles, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A informação foi divulgada em nota da Presidência do Governo italiano. Além de Obama, Berlusconi também conversou com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel; o presidente francês, Nicolas Sarkozy; o primeiro-ministro britânico, David Cameron; o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin e o presidente, Dmitri Medvedev.

Segundo a nota, Medvedev ainda teria enviado uma carta de agradecimento a Berlusconi.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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