sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Oposição começa a se mexer

Enfraquecido, bloco de oposição tenta se fortalecer. Assunto foi um dos discutidos no jantar de Jarbas com Serra e senadores

Sérgio Montenegro Filho

Depois de passar os primeiros quatro anos do mandato atuando praticamente como voz isolada da oposição no Senado, o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) começa a aglutinar forças junto aos colegas senadores adversários da presidente Dilma Rousseff (PT). Jarbas deu mais uma demonstração de que está se movimentando na noite da quarta-feira (23), quando reuniu em seu apartamento de Brasília um grupo suprapartidário de senadores para uma conversa com o tucano José Serra (PSDB-SP). O cardápio do encontro teve como entrada uma avaliação geral da gestão petista. Mas o prato principal foi a discussão sobre a necessidade urgente de fortalecimento do bloco adversário do Planalto.

No fim da noite, Serra e os senadores saíram da casa de Jarbas com pelo menos um consenso: o de que as oposições nunca estiveram tão fragilizadas, nem mesmo durante o regime militar, conforme observou o próprio anfitrião. Embora seja um entusiasta de uma nova candidatura de Serra ao Planalto em 2014, Jarbas assegurou que seu objetivo, ao promover o encontro, é mais amplo que a disputa presidencial. A intenção é combater o avanço governista sobre a oposição no Congresso, que segundo Jarbas, está “pequena, dispersa e desorganizada”.

Participaram do jantar quatro senadores peemedebistas – Jarbas, Luís Henrique (SC), Casildo Maldaner (SC) e Waldemir Moka (MS) – os tucanos Aloysio Nunes (SP), Álvaro Dias (PR) e Cyro Miranda (GO), os pedetistas Cristovam Buarque (DF) e Pedro Taques (MT), José Agripino (DEM-RN) e Randolph Rodrigues (PSOL-AP). Também foram convidados o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), e Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que não puderam comparecer.

Nem todos os integrantes do grupo fazem oposição aberta ao governo. Alguns mantém uma posição de independência, votando de acordo com o que consideram positivo ou negativo para o País. Assim agem, por exemplo, os dois pedetistas, que embora tenham apoiado a candidatura de Dilma em 2010, hoje têm uma visão crítica da administração. Do PMDB – partido oficialmente aliado do PT – os que estiveram no jantar são dissidentes. Mas enquanto Jarbas faz oposição frontal ao Planalto, Luís Henrique e Maldaner são mais brandos nos ataques.

Esta não é a primeira vez que o senador pernambucano patrocina um encontro para discutir uma nova fórmula de oposição ao governo Dilma. Desde o início do ano, ele já promoveu pelo menos quatro reuniões nesse sentido. O senador mineiro Aécio Neves – aspirante a presidenciável tucano – chegou a participar de um deles. E só não foi chamado para o da quarta-feira passada porque a estrela da noite era José Serra, que comanda um grupo adversário ao seu dentro do PSDB.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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