quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sempre pode piorar:: Eliane Cantanhêde

Apesar do esforço hercúleo de PMDB, PR, PSB, PC do B e PDT para se agarrar aos "seus" ministérios, o Brasil está dividido, de fato, é entre PT e PSDB.

Em Brasília, porém, o PSDB praticamente evaporou, o DEM explodiu junto com o ex-governador José Roberto Arruda e as demais siglas são meros satélites. A política gira em torno do grupo de Joaquim Roriz e do PT do atual governador, Agnelo Queiroz. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

A pilha de acusações contra Roriz não deve nada à do recordista Paulo Maluf. Arruda foi filmado recebendo uma bolada de dinheiro vivo, encerrou a carreira preso e humilhado. Agnelo está enrolado com contratos estranhos de suas passagens pela Anvisa e pelo Ministério do Esporte.

São pessoas, graus e circunstâncias diferentes, mas a percepção da população é a mesma: não se salva um, meu irmão. Ou seja, há cansaço, desânimo. E não há perspectiva.

Com Agnelo no alvo, tendo de dar explicações que possivelmente não tenha, Brasília parece estar sendo governada por piloto automático, com o vácuo de poder se multiplicando pelas várias instâncias. O chefe ausente, o primeiro escalão constrangido, funcionários dando de ombros. E tome greve!

Entre categorias que fizeram, fazem e ameaçam fazer greve, de certa forma surfando na crise, estão eletricitários, enfermeiros, policiais civis, a CEB (companhia de energia) e o Caje (centro de jovens infratores).

Há um contexto de greves em todo o país, mas há uma especificidade no DF: com o governador petista enfraquecido, as hordas "rorizistas" enraizadas em todo o setor público estão se rearticulando.

Ainda faltam três anos de mandato para Agnelo e não há perspectivas, novas lideranças expressivas e rearticulação partidária real para a eleição de 2014. Parece inacreditável, mas o que está ruim sempre pode piorar. O "rorizismo" arma o bote.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

Um comentário:

  1. Aos poucos, ainda com vergonha, os procuradores do Ministério Público do Distrito Federal começam a reconhecer o erro que vinham cometendo nos últimos dois anos, ao deixarem de denunciar o ex-governador Joaquim Roriz e seu secretário, Durval Barbosa, como mentores de um dos maiores escândalos de desvio
    de dinheiro público na história deste País. Os desvios superaram a mega soma de R$ 2 bilhões, mas mesmo assim o MPDF vinha fazendo vistas grossas aos crimes praticados pela dupla, voltando
    os olhos exclusivamente para José Roberto Arruda, que quando governador desmontou a quadrilha e por isso foi vítima da grande arapuca que acabou levando à sua cassação e prisão. E como se deu o reconhecimento, ainda que parcial? Na forma do pedido de bloqueio de bens de Roriz e Barbosa, formulado nos ultimos dias. É certo que o pedido também foi feito contra Arruda, mas já é um grande passo. Daqui a pouco os detalhes de todo o processo desencadeado com a Operação Caixa de Pandora serão
    devidamente apurados – e então sim a Justiça será feita.

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