segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Serra e Aloysio ausentam-se de seminário tucano no Rio

Vandson Lima e Marcelo Mota

São Paulo e Rio - "Para onde vai o Brasil? Que Estado pretendemos, que futuro vislumbramos?". Tais questões servirão de mote para o seminário "A nova agenda: desafios e oportunidades para o Brasil", promovido hoje, no Rio, pelo Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB. Indagações que servem também na definição de rumos do partido, premente que está de clareza em suas posições, segundo alguns dos principais nomes da sigla.

Uma delas é a do senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) que, por conta de compromissos particulares, não comparecerá ao evento. O senador tem questionado a direção tucana na formulação de propostas. Há dez dias, escreveu em sua página no Twitter uma série de mensagens obrigaram o presidente nacional Sérgio Guerra (PE) a rebater, ponto a ponto, seus questionamentos - tudo sem citar o nome do senador, que havia dito, entre outras coisas, que a alardeada reorganização do PSDB estava à mingua e que "sem trabalhar direito hoje, sem formular propostas, sem organizar o partido, sem uma oposição firme agora, [a sucessão presidencial em] 2014 já era".

José Serra é outra ausência já anunciada. O candidato tucano derrotado em 2010 está em viagem ao exterior. De seu grupo político, está confirmada a ida do ex-governador de São Paulo Alberto Goldman. "Todos sentimos essa necessidade, de ter clareza de posições do PSDB nas questões nacionais. A angústia de todos é a mesma e o seminário é importante para isso", observa.

As mesas serão formadas por economistas e cientistas sociais, muitos dos quais integraram a equipe do Plano Real. Na primeira rodada, formada por tucanos da área econômica, estarão Pérsio Arida, Gustavo Franco, Armando Castelar e Armínio Fraga. A mediação será da economista Monica Baumgarten de Bolle. O debate sobre os temas sociais será conduzido pelo economista Edmar Bacha, na mesa formada por Simon Schwartzman, Claudio Beato, Marcelo Abi-Ramia Caetano e André de Medici. A abertura será feita por Jereissati, e o encerramento por Sérgio Guerra e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

À mesa também estará o trio de ex-presidentes do Banco Central formado por Persio Arida, Gustavo Franco e Armínio Fraga. Para o economista Edmar Bacha, coordenador de uma das mesas do evento, a retomada do ITV resgata algo que o PSDB havia deixado para trás desde o fim do governo FHC.

"Os intelectuais sempre foram uma parte fundamental do partido e isso meio que se perdeu ao longo dos últimos anos", disse ele, que acredita na retomada a partir do ITV, agora sob o comando de Jereissati. Segundo Bacha, desse evento vão derivar ao menos uma dúzia de grupos de tarefa. "Neles vamos tratar de agrupar pessoas para discutir temas mais específicos."

Segundo a coordenadora do evento, Elena Landau, a agenda do encontro está apartada do programa partidário. "Não tem nada de político, nada conjuntural. É uma discussão mais acadêmica", afirmou.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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