sábado, 19 de novembro de 2011

Apenas metade da bancada do PDT apoia Lupi no cargo

Um terço do PDT no Congresso defende a demissão de Lupi

De 31 congressistas, 15 apoiam a permanência do ministro do Trabalho no cargo e três dizem que Dilma deve decidir

Para 19 parlamentares do partido, eventual saída de Lupi não deve comprometer a aliança do PDT com o governo

Márcio Falcão, Maria Clara Cabral

BRASÍLIA - O ministro Carlos Lupi (Trabalho) conta com apoio de metade da bancada do PDT na Câmara e no Senado para permanecer no governo.

Ele está envolvido em suspeitas de irregularidades em convênios da pasta com entidades ligadas ao partido.

A Folha perguntou a deputados e senadores do PDT se eles eram favoráveis à saída do ministro do cargo. Dos 31 parlamentares, 15 (48,4%) defendem que Lupi permaneça no governo federal.

Outros 9 avaliam que o ministro não tem sustentação política para permanecer no cargo e que o desgaste pode atingir o partido. Três dizem que é a presidente Dilma Rousseff que tem que decidir. Quatro não responderam.

As acusações contra Lupi resultaram num racha no partido. Em sua defesa, pedetistas argumentam que os casos não o envolvem diretamente e que ele deve resistir até concluir a sua defesa.

"As acusações são contra o ministério. A história do Lupi não combina com essas acusações", disse a deputada Sueli Vidigal (ES).

Do outro lado, o argumento é que o ministro não tem condições políticas para continuar. "Politicamente não temos condições de exercer esse ministério", disse o senador Pedro Taques (MT).

Até o atual presidente do partido, o deputado André Figueiredo (RJ), acredita ser melhor para Lupi que ele se defenda fora do cargo.

Enfático ao cobrar investigações na pasta, o deputado Miro Teixeira (RJ) é um dos que joga para a presidente a responsabilidade sobre a permanência do colega.

Ele questiona o sistema de aliança e diz que seria importante Dilma se posicionar para mostrar o que espera de seus aliados.

BASE ALIADA

A consulta aos pedetistas aponta ainda que uma eventual saída de Lupi não deve provocar o desembarque do PDT da base aliada. O afastamento dele pode deixar o partido sem representação na Esplanada, uma vez que petistas já trabalham pelo posto.

Entre os ouvidos pela Folha, 19 (61,3%) afirmam que vão continuar ao lado da presidente no Congresso. "Ajudamos a eleger a presidente, ganhamos juntos a eleição. Esse governo também é nosso e devemos permanecer [na base]", disse o deputado Salvador Zimbaldi (SP).

O senador Cristovam Buarque (DF) e os deputados Felix Mendonça Júnior (BA) e Reguffe (DF) defendem que o PDT assuma independência, votando de acordo com suas ideologias.

Em meio à crise, a maioria do PDT (38,71%) avalia que o partido não deveria ter mais ministérios. Alguns dizem que a discussão sobre mais espaço no governo não pode ser feita antes de definição no Ministério do Trabalho.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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