terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Lupi sai, mas PDT continua na base do governo

Partido cria grupo para tratar da reforma ministerial com Dilma e espera manter espaço político na Esplanada

Gerson Camarotti, Roberto Maltchik

BRASÍLIA. Para evitar novos constrangimentos com a presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro Carlos Lupi sairá de cena e um grupo escolhido ontem, em reunião da Executiva Nacional do PDT, fará a interlocução com o Palácio do Planalto sobre a reforma ministerial prevista para janeiro. O partido avisou que mantém o apoio ao governo Dilma independentemente de cargos, mas pretende manter seu espaço político na Esplanada.

Surpreendido ontem de manhã pelo GLOBO no elevador do ministério, Lupi deixou aflorar o ressentimento com o que chamou de injusta campanha da imprensa para derrubá-lo, e disse que foi vítima do "sistemão" que encerrou sua passagem pelo governo.

- Com vocês (da imprensa), eu só falo por meio de nota oficial. Vocês já destilaram todo o seu ódio. Agora só por nota - encerrou Lupi.

Aos companheiros do PDT, Lupi reconheceu que sua permanência já começava a causar forte desgaste pessoal, além de problemas políticos ao governo e ao partido. E avisou que vai sair de férias.

A eventual participação de Lupi, como presidente do PDT, nas negociações com a presidente Dilma causaria desconforto generalizado e desnecessário, concluíram os pedetistas.

- Não dá para o ex-ministro Carlos Lupi tirar o paletó de ministro, ir em casa, tomar um banho, botar uma camisa social e voltar ao Palácio como interlocutor do partido no governo - disse Brizola Neto (RJ).

O grupo que fará a interlocução com o Planalto é formado por cinco dirigentes pedetistas: o presidente em exercício, André Figueiredo; Brizola Neto; o secretário-geral, Manoel Dias; o líder na Câmara, Giovanni Queiroz (PA); e o líder no Senado, Acir Gurgacz (RO).

O descontentamento de setores do PDT foi manifestado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SP), que atacou diretamente a Comissão de Ética Pública:

- Essa Comissão de Ética é partidarizada, é racista e preconceituosa.

FONTE: O GLOBO

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