sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Oposição entra com pedido de informações

Pimentel tem 30 dias para responder

BRASÍLIA. Derrotada na tentativa de convocar o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para explicar no Congresso denúncias de suposto tráfico de influência em consultorias, a oposição mudou a tática e protocolou ontem no Senado pedido formal de informações com 12 perguntas. O pedido, apoiado por senadores da base, é do líder do PSDB, Álvaro Dias (PR); o ministro tem 30 dias para responder, sob pena de ser enquadrado em crime de responsabilidade.

O requerimento foi sustentado por nova denúncia, publicada ontem pelo GLOBO, de que Pimentel teria recorrido a palestras fantasmas para justificar o recebimento de R$1 milhão da Fiemg. Do Planalto e de petistas, a informação é que a nova suspeita não altera "em nada" a situação do ministro, que, avaliam, continuam estável.

- Hoje (ontem), O GLOBO depois de visitar as cidades citadas como palco de tais conferências, constata que elas não ocorreram. O que houve foi uma mentira combinada. A presidente tem se constituído na advogada de defesa de seus ministros. Nesse caso tem sido uma advogada mais aplicada - discursou o líder tucano, afirmando que é um comportamento inusitado e discriminatório a presidente dizer que Pimentel não precisa ir ao Congresso se explicar, ao contrário dos outros ministros denunciados.

Dois ministros disseram ao GLOBO, ontem, que a situação de Pimentel é a mesma, não mudou. Um deles, reservadamente, afirmou:

- Para derrubar um ministro é preciso alguma coisa mais forte. Esse negócio de um falar uma coisa, o outro desmentir, nesse vai e vem de versões, sem fato concreto, não derruba ministro.

No Congresso, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que "palestra fantasma não existe, carece de comprovação". Já senadores da base, como Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Pedro Taques (PDT-MT), discordam de que não haja verba pública envolvido.

- A Fiemg recebe recursos do imposto sindical - disse Taques.

No pedido de informações, Álvaro Dias afirma: "Para algumas (consultorias) existem recibos, mas não contratos. Para outras, não foram apresentados os recibos. (...) O ministro não era um consultor qualquer. Era um consultor muito influente no governo, com notória ligação pessoal com a então ministra Dilma Rousseff".

FONTE: O GLOBO

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