sábado, 31 de dezembro de 2011

Os sete ministros imperdoáveis

Com base na atualização dos pecados capitais feita pelo Vaticano, o Correio traça analogia com aqueles que não conseguiram a expiação no primeiro ano do governo Dilma

Guilherme Amado

Tudo parecia um paraíso nos quatro primeiros meses do governo Dilma Rousseff. Sem abalos políticos ou grandes crises, reinava a mais absoluta paz. Engano. Mal iniciou o quinto mês, começaram a vir à tona os pecados até então debaixo do pano. De lá para cá, não houve mês sem denúncias. O ritual foi sempre o mesmo. Pecado revelado, o ministro tentava a expiação no Planalto com a sacerdotisa Dilma aplicando penitências. "Dê explicações", "Peça à Polícia Federal para investigar", "Vá ao Congresso" e por aí vai. O pecador não conseguia a remissão. Eis que vinha a pena, capital e irrevogável, com a demissão. Mas houve quem escapasse. Misteriosos, os limites da "faxina" também existem no céu de Dilma.

Inveja

7 de Junho - Antonio Palocci

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) diz que o lobby, a fome de sucesso e o exibicionismo são manifestações do pecado da inveja nos dias de hoje. Tudo a ver com as acusações que abateram o primeiro chefe da Casa Civil de Dilma, Antonio Palocci. O ministro não revelou que clientes atendeu em sua consultoria privadam entre 2005 e 2011, período em que seu patrimônio cresceu 20 vezes. Só na compra de um apartamento gastou R$ 6,6 milhões.

Avareza

17 de agosto – Wagner Rossi

O ministro pegou carona no jatinho de um empresário com quem o ministério mantinha contratos – conforme denúncia do Correio -, além de que assessores da pasta cobraram propina no Conab.

Luxúria

14 de setembro – Pedro Novais

O calvário de Pedro Novais começou pouco antes de o maranhense assumir o ministério do Turismo, quando uma denúncia mostrou que Novais havia pagado uma conta do motel com a verba indenizatória a que tinha direito como deputado. Além da noite no motel, uma operação da Polícia Federal que prendeu a cúpula da pasta e a denúncia de que Novais pagou uma governanta e um motorista com dinheiro público contribuíram para sua queda.

Gula

26 de outubro - Orlando Silva

O apetite por cargos e verbas do PC do B fez o ministro perder o cargo em menor de um mês. O ministério teria favorecido ONGs de aliados e cometido outras irregularidades no programa Segundo Tempo.

Preguiça

4 de dezembro – Carlos Lupi

O titular do Trabalho, Carlos Lupi, achou que podia resolver tudo na base da conversa, na maciota, pelo lado mais fácil. Esbravejou, disse que amava a presidente e até negou ter viajado no avião de um dono da ONG. A CNBB diz que uma das manifestações da preguiça no mundo globalizado é querer sempre a saída mais fácil, a acomodação. Mas a malandragem de Lupi não convenceu Dilma. Denúncias também revelaram que Lupi foi funcionário fantasma da Câmara dos deputados durante seis anos, e o ministério, acusado de ter cobrado propinas.

Ira

6 de julho – Alfredo Nascimento

A fúria de Luiz Antonio Pagot, diretor-geral de Dnit, teve de ser aplacada pelo Palácio do Planalto. A interlocutores, Pagot contou cobras e lagartos sobre Alfredo nascimento, que deixou o ministério dos Transportes, e outros integrantes da pasta. No depoimento no Senado, porém, Pagot foi ameno. Nascimento não resistiu à denúncia de cobrança de proprina e superfaturamento em obras do Dnit e Valec.

Vaidade

4 de agosto – Nelson Jobim

Único demitido não por supostos envolvimentos em corrupção, mas por ter desdenhado das colegas Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann. Dias antes, havia revelado que não votou em Dilma nas eleições de 2010, mas sim no amigo José Serra.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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