sábado, 3 de dezembro de 2011

Pela democracia 2.0

Nem o PSDB foi poupado de críticas. FHC defende que o partido precisa se renovar e entrar no mundo virtual. "Essa revolução não chegou às estruturas partidárias. Chegará um dia? Não sei. O descompasso é grande entre a velocidade das mudanças na sociedade e a esclerose das estruturas políticas", diz. Ele afirma que vem propondo que o PSDB crie diretórios virtuais, portais de debate sobre temas de interesse das pessoas, mas sem sucesso. "Tenho falado sozinho."

Enquanto as mudanças não chegam ao partido, Fernando Henrique prepara a sua entrada nas redes sociais. Ainda sem data definida, a inserção está sendo planejada por Xico Graziano. "Ele tem sido um entusiasta dessa ideia de levar essa discussão para as redes sociais. Vem nessa linha de democracia 2.0, discutir temas nacionais com a juventude, ou com quem queira, mas nessa nova linguagem", aponta Graziano. Segundo ele, trata-se de uma estratégia para valorizar a política, fortalecendo a comunicação direta com a sociedade, sem a necessidade da intermediação de partidos.

Como ensaio, FHC já lançou um portal chamado Observador Político, com fóruns on-line sobre temas como drogas, educação e meio ambiente. O site já possui perfis no Twitter e Facebook.

Sempre em evidência

Em 2011, Fernando Henrique Cardoso apareceu na imprensa algumas vezes, dando pitaco sobre os mais variados assuntos. Criticou a discussão em torno da partilha do pré-sal, afirmou que Lula deformou seus programas sociais e chegou a opinar publicamente sobre a ocupação dos morros cariocas. O que mais chamou a atenção, entretanto, foi a aproximação com a presidente Dilma Rousseff e a defesa da regulamentação das drogas no país.

Em agosto, participou de um encontro em que Dilma se reuniu com os quatro governadores da Região Sudeste para a assinatura de parceria no Programa Brasil sem Miséria. A presidente agradeceu nominalmente a presença do ex-presidente tucano. Em setembro, Fernando Henrique elogiou, em texto publicado em seu blog, a atuação da presidente no combate à corrupção.

No mês seguinte, Dilma o recebeu no Palácio da Alvorada, com o grupo The Elders, que reúne líderes mundiais em prol dos direitos humanos.

No primeiro semestre, FHC se dedicou à divulgação do documentário Quebrando o tabu, no qual propõe uma reflexão sobre a regulamentação do uso de drogas. Ele foi âncora do filme, que entrevista autoridades e especialistas em diversos países para avaliar o que deu certo e o que deu errado.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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