sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Ministro vê interesse em desgastar o PSB

No Congresso, Fernando Bezerra Coelho avaliou denúncias de favorecimento contra ele como forma de atingir seu partido. Oposição criticou o depoimento

Bezerra vê PSB como alvo

Blindado pela base governista, ministro vai ao Congresso para se defender das acusações das quais é alvo e vê campanha contra PSB

Folhapress

BRASÍLIA – Blindado pela base governista, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, disse ontem em depoimento no Congresso que as acusações de nepotismo e de favorecimento a Pernambuco na distribuição de recursos federais têm objetivo de desgastar seu partido, o PSB. Comandada pelo governador Eduardo Campos (PE), a legenda tem tido atritos com o PT e flerta com o PSDB.

Para Bezerra, ele virou alvo de ataques por quem pretende “desqualificar o PSB”. “O que se quer nessa campanha é atacar não só minha imagem, mas do meu partido, que preserva valores de impessoalidade, moralidade, conduta ética na missão dos cargos públicos”, afirmou.

Com a relação entre os partidos em teste, senadores e deputados governistas fizeram questão de comparecer ao depoimento em pleno recesso parlamentar para defender e elogiar a gestão de Bezerra, seguindo orientação do Planalto.

No depoimento, Bezerra não passou por constrangimentos, já que os oposicionistas tentaram responsabilizar a presidente Dilma pelos problemas das chuvas no Sudeste.

Usando transparências, Fernando Bezerra fez longa exposição técnica. Disse que os recursos de sua pasta e vários outros ministérios foram todos concentrados num único programa, de gestão de riscos e respostas a desastres. Que foram aprovados R$ 11,5 bilhões para o período de 2012 a 2015 e que, em 2011, foram empenhados R$ 2,2 bilhões para vários ministérios, principalmente Cidades. Desses, afirmou, 26% foram para São Paulo, 18%, para o Rio, 11%, para Minas, e 9%, para Pernambuco.

Bezerra voltou a dizer que, dos R$ 98 milhões em prevenção para Pernambuco, R$ 70 milhões foram para construir cinco barragens. Segundo ele, a medida foi aprovada pelo Planalto: “Teve a anuência e aprovação do Ministério do Planejamento, da Casa Civil da Presidência e da própria presidente”.

Critérios

Ao justificar o repasse, disse que seguiu critérios técnicos e reclamou da omissão de Estados e municípios. “Nenhum Estado e nenhum município apresentou mapeamento de áreas de risco. Defesa Civil é uma responsabilidade compartilhada.”

Outro argumento de Bezerra foi a falta de um corpo técnico para avaliar projetos. O ministro disse que três mil projetos de precaução de desastres foram analisados por apenas 18 técnicos. “Ao longo de 2011, o ministério recebeu três mil propostas de prevenção. Nós temos um corpo de 18 técnicos para avaliar essas propostas. (Mas) Estamos melhorando a qualidade dos alertas meteorológicos do Brasil e atuando.”

O ministro negou ainda as denúncias de nepotismo no ministério e na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que teve seu irmão, Clementino Coelho na presidência interinamente por quase um ano.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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