“Diante desse fundo, o tipo do intelectual contemporâneo, sobre o qual pretendo falar, adquire contornos muito nítidos: os intelectuais que entraram em cena depois de 1945 — tais como Sartre, Adorno e Marcuse, Max Frisch e Heinrich Böll — tendem a se assemelhar aos modelos mais antigos dos escritores e professores universitários que tomam partido, mas não estão vinculados a nenhum partido.
Sem serem perguntados, isto é, sem mandato nem votação, eles se deixam provocar pela ocasião a fazer um uso público do seu saber profissional além dos limites da sua profissão. Sem a pretensão a um estatuto elitista, não podem invocar outra legitimação senão o papel do cidadão democrata.”
Jürgen Habermas, filósofo alemão. O caos da esfera pública. Folha de S. Paulo, 15/8/2006.
Certo é que estes intelectuais, lembrados por Habermas, não podiam falar em nome de nenhuma certeza científica, por mais provisória que elas sejam. Todavia, reduzí-las, e às suas próprias falas públicas por consequência, a mera opinião comum é simplificar um pouco as coisas, penso.
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