Um gesto pode dizer mais do que mil palavras, sobretudo palavras jogadas ao vento em palanques eleitorais. Dilma sabia exatamente o gesto que estava fazendo ao nomear a velha companheira de lutas e de prisão Eleonora Menicucci para a Secretaria de Políticas para as Mulheres. O recado foi dado.
Menicucci é uma mulher de ideias fortes e de vanguarda quanto a aborto, relações homoafetivas e investigações sobre a tortura durante a ditadura militar. Por que Dilma escolheria alguém com esse perfil e essas ideias? Adivinha?!
Na vida, mas muitíssimo mais na política, é preciso engolir em seco, medir palavras, acomodar interesses. Dilma não quis nem poderia perder votos, como não quis nem poderia, já no seu primeiro ano de mandato, perder apoios e simpatias entre evangélicos e militares.
A nomeação de Menicucci, porém, sinaliza claramente que a primeira presidente mulher da história brasileira, torturada pela ditadura militar, tem um encontro marcado, em algum momento à frente, entre restrições políticas e convicções, entre palavras e atos. É quando fará sua foto oficial para a história.
Não é fácil. O caminho é tortuoso, cheio de obstáculos e armadilhas. Uma delas foi a nota impertinente dos clubes militares, na qual oficiais de pijama se deram ao direito de criticar a presidente e comandante em chefe das Forças Armadas e exigir que ela desautorizasse duas ministras -Menicucci e Maria do Rosário (Direitos Humanos)- por defenderem a verdade sobre ditaduras.
Tal como a presença de Menicucci "diz" o que Dilma não pode dizer, militares da reserva muitas vezes verbalizam o que os da ativa pensam, mas não podem falar. Tal como Menicucci mede as palavras para não expor a amiga presidente, os da reserva tiveram de recuar por conveniência dos da ativa. E a luta continua. Que o encontro de Dilma com a Dilma presidente seja firme, mas pacífico.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
ELIANE CATANHÊDE, colunista e Chefe da Sucursal de Brasília da Folha de S.Paulo, persegue o PT e amacia as notas sobre o PSDB. Acho que ela é fiel ao marido. É mulher de Gilnei Rampazzo, um dos donos da GW, a produtora que cuidou das últimas campanhas eleitorais de Geraldo Alckmin e de José Serra. Gilnei Rampazzo é sócio de Luiz Gonzales, o marqueteiro escolhido pelo PSDB para coordenar a campanha presidencial de Geraldo Alckmin. Eliane Catanhêde é uma crítica feroz do Governo Lula. Já serviu à oposição manipulando o que chamava de crise do apagão aéreo. Seu último serviço ao patrão PSDB foi criar pânico na mídia ao inventar uma inexistente epidemia de febre amarela. Em consequência tem gente morrendo por tomar vacina sem necessidade.
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