domingo, 19 de fevereiro de 2012

Peemedebistas temem uso da imagem de Lula

Líderes do partido desconfiam que PT vai nacionalizar o pleito

Além da máquina federal, o grande temor dos peemedebistas é o uso da imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos palanques petistas. A constatação no PMDB é que isso iria desequilibrar a disputa em favor dos candidatos do PT, como em São Paulo — na disputa entre o petista Fernando Haddad e o pemeedebista Gabriel Chalita. E que, neste caso, a neutralidade da presidente Dilma Rousseff teria pouca eficácia.

Dirigentes do PMDB e PT estão propondo que não haja uma nacionalização da disputa municipal.

Para isso, vão tentar que, durante a campanha, sejam abordados apenas temas locais.

— Temos que deixar claro que o nosso projeto é nacional. E que as eventuais disputas locais não podem atingir a aliança maior.

Temos que ter o cuidado para não prejudicar a base aliada — adverte o líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP).

Mas, desconfiado, um cacique do PMDB avalia que os petistas vão sim tentar nacionalizar o pleito ao associar o sucesso dos governos Dilma e Lula aos seus palanques. Sobrando para o PMDB e os aliados o desgaste público da chamada "faxina" de Dilma.

— O PT vai nacionalizar essa campanha, explorar ao máximo a imagem de Lula e faturar o sucesso do governo Dilma. Enquanto para aliados, sobrará apenas o desgaste da faxina — analisou um dirigente do PMDB.

A necessidade de um pacto de boa convivência leva em conta levantamentos preliminares que apontam que PT e PMDB serão adversários em boa parte dos municípios. Os problemas não são apenas porque a aliança nacional não será reproduzida na maioria absoluta das capitais — até o momento, há chances de coligação entre os dois partidos apenas no Rio de Janeiro e São Luís. Mas porque serão adversários ferrenhos em cenários importantes, como São Paulo.

— Há preocupação com todos os partidos da base nessa eleição.

Mas na eleição, a realidade municipal se impõe. Por isso, temos que ter um pacto de respeito e de boa convivência. Até porque, passada a eleição, teremos que cuidar das feridas. Caso contrário, não estaremos preparados para 2014 — observou o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).

FONTE: O GLOBO

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