sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Serra sonda PPS sobre possível aliança eleitoral

Ex-governador ainda estuda candidatura a prefeito de SP, mas já corteja o tradicional aliado, que diz manter Soninha na disputa

Bruno Boghossian

Enquanto tenta reunir pré-requisitos que possam embasar uma nova candidatura a prefeito de São Paulo, o tucano José Serra começou a consultar antigos aliados para discutir a montagem de uma coligação.

O ex-governador paulista procurou o PPS na quarta-feira para sondar a possibilidade de receber o apoio da legenda, que esteve ao lado de Serra na campanha presidencial de 2010.

Serra teria ouvido de aliados que o PPS poderia abrir mão da candidatura de Soninha Francine na capital paulista e resolveu consultar o presidente nacional da legenda, Roberto Freire.

Oficialmente, o partido afirma que não pretende se alinhar automaticamente a uma eventual chapa encabeçada por Serra.

"Eu disse ao próprio Serra que o PPS está firme na candidatura da Soninha", afirmou Freire. "Não se pode abandonar um projeto político."

Apesar de adotar em público uma postura pela candidatura própria, o presidente do PPS pode se ver obrigado a abrir caminho para o tucano.

Serra foi um dos principais responsáveis pela eleição de Freire à Câmara dos Deputados. O ex-governador o convenceu a trocar seu domicílio eleitoral de Pernambuco para São Paulo, o que evitaria uma disputa por votos com o presidente nacional tucano, Sérgio Guerra. Auxiliado pelo grupo de Serra, Freire se elegeu com 121 mil votos.

A sintonia entre os dois é tão grande que o PPS é sempre citado nos bastidores como um destino provável para Serra caso um dia ele queira trocar de partido.

Soninha, que foi coordenadora do site oficial de Serra na campanha de 2010 e atualmente ocupa uma superintendência no governo de São Paulo, reafirmou sua pré-candidatura pelo PPS e disse que não tem planos de abandoná-la em prol do tucano.

"Eu quero ser prefeita. Tenho algumas semelhanças com ele (Serra), tanto que defendi candidatura (em 2010), mas também temos diferenças", afirmou.

Serra quer ter certeza de que não vai embarcar em uma coligação magra antes de definir se será candidato.

Em 2008, quando o hoje governador Geraldo Alckmin disputou a Prefeitura da capital pelo PSDB, o único apoio de peso do partido foi o do PTB. Com poucos aliados, os tucanos tiveram apenas metade do tempo da propaganda eleitoral do vencedor daquela disputa, o atual prefeito Gilberto Kassab. Alckmin recebeu 22,5% dos votos em outubro e não conseguiu ir para o segundo turno.

Ontem, Alckmin voltou a reafirmar apoio à consulta prévia para a escolha do candidato do partido na capital, mas, na mesma direção de Serra, ressaltou que o partido tem trabalhado por um "forte arco de alianças".

"Seja quem for o candidato, nós vamos trabalhar para ter um forte arco de alianças para vencer as eleições", acrescentou.

Na mira dos tucanos estão o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o PDT, o DEM e o PTB.

Prévias. O PSDB estadual liberou aos quatro pré-candidatos tucanos à Prefeitura de São Paulo uma verba de R$ 25 mil cada para tocarem as campanhas da prévia marcada para o dia 4 de março. Em e-mail enviado anteontem aos coordenadores das campanhas dos secretários Andrea Matarazzo (Cultura), Bruno Covas (Meio Ambiente) e José Aníbal (Energia) e do deputado Ricardo Tripoli, o partido informou que o diretório estadual cobrirá os gastos até esse valor.

Colaboraram Gustavo Uribe e Julia Duailibi

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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