quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Tucanos devem esperar decisão de José Serra, afirma Alckmin

O governador Geraldo Alckmin indicou que a definição do candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo terá de esperar José Serra decidir o seu futuro político. "É uma decisão pessoal que nós devemos aguardar." Os dois negociam condições para possível candidatura de Serra. O cenário deixou alarmados os pré-candidatos inscritos nas prévias

Alckmin diz que tucanos devem "esperar" por Serra

Negociação para lançar ex-governador a prefeito alarma pré-candidatos

Serra afirma a aliados que acordo eleitoral do PT com Kassab em São Paulo seria "desastre" para futuro da oposição

Daniela Lima, Vera Magalhães, Evandro Spinelli e Daniel Roncaglia

SÃO PAULO - O governador Geraldo Alckmin indicou ontem que a definição do candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo terá que esperar José Serra decidir seu futuro político.

Na última semana, os dois tucanos passaram a negociar as condições para uma possível candidatura de Serra a prefeito, como revelou ontem a Folha. O novo cenário deixou alarmados os quatro pré-candidatos inscritos para as prévias convocadas pelo partido para o dia 4 de março.

Questionado sobre a articulação, Alckmin disse que não havia "fato novo", mas afirmou que Serra é "um ótimo candidato". "Se ele quiser ser, é um ótimo candidato. Essa é uma decisão pessoal do Serra que nós devemos aguardar", afirmou Alckmin.

Uma das condições apresentadas pelo ex-governador para considerar a disputa é que Alckmin desarme a disputa interna, pacificando o partido para sua campanha.

Serra recebeu uma romaria de tucanos nos últimos dias. Avaliou que seria "um desastre" para qualquer projeto político do PSDB uma aliança entre o PT e o PSD, do prefeito Gilberto Kassab.

Para o ex-governador, isso seria a vitória de um projeto do ex-presidente Lula e transformaria a oposição numa "minoria absoluta".

A notícia de que Serra passou a costurar sua candidatura levou o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, a convocar senadores e membros da cúpula partidária para discutir o novo cenário.

Guerra deixou claro que caberá a Alckmin conduzir o processo em São Paulo, o que é um consenso entre os tucanos. Na avaliação de serristas, só uma intervenção direta do governador seria capaz de desmobilizar as prévias.

"Se o Serra quiser ser candidato, terá que disputar as prévias. Estamos trabalhando nisso há seis meses", afirmou o secretário estadual de Energia, José Aníbal, um dos quatro candidatos às prévias.

O secretário de Cultura, Andrea Matarazzo, que é amigo de Serra e também está inscrito para as prévias, disse apenas que "quem define a questão é o PSDB e o governador". O deputado Ricardo Trípoli disse que as prévias não podem ser canceladas.

Kassab

O prefeito Gilberto Kassab teve diferentes reações diante da possível candidatura de Serra. Em público, disse desconhecer a articulação tucana e ampliou a pressão por uma definição até março.

"Uma candidatura colocada tardiamente leva uma desvantagem muito grande em relação aos outros candidatos", afirmou ontem.

Aos petistas, com quem também está negociando, o prefeito prometeu manter o cronograma de conversas e disse não ter recebido nenhum sinal de que Serra será candidato à sua sucessão.

Em conversas reservadas com aliados, Kassab disse falar com Serra "todo dia" e reafirmou que, se o ex-governador for candidato, não terá como não apoiá-lo.

Disse ainda que considera o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, uma boa opção de vice. É o mesmo nome que ele apresentou aos petistas.

Dirigentes do PSDB também defendem a definição de uma estratégia até março.

Eles se dividem entre os que acham que o melhor é realizar as prévias e depois negociar a desistência apenas com o vencedor, e os que avaliam que o processo tem de ser cancelado antes que a votação seja realizada, para evitar um vexame público para os tucanos.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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