quarta-feira, 21 de março de 2012

Jarbas e Guerra são cobrados na oposição

Após ver sua candidatura à Prefeitura de Olinda ser rifada, Terezinha Nunes diz que falta diálogo e clama pela reconciliação entre os dois líderes oposicionistas

Débora Duque

Rompidos politicamente desde a campanha de 2010, as duas principais lideranças das oposições em Pernambuco – Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Sérgio Guerra (PSDB) – estão sendo cobradas pela desunião do bloco nas articulações para o pleito municipal. A autora das cobranças é a mais recente vítima da falta de diálogo entre os dois caciques, Terezinha Nunes (PSDB). No dia seguinte à retirada de sua candidatura à Prefeitura de Olinda por “falta de apoio político”, a ex-deputada desabafou via Twitter e clamou pela reconciliação, afirmando que ambos deveriam se “despir de vaidade e agir em nome do bem comum”.

A mensagem reflete a preocupação de Terezinha com o fracionamento das oposições na disputa em Recife e Olinda. De um lado, o PSDB lançando Daniel Coelho na capital e negociando o apoio à reeleição do prefeito Renildo Calheiros. Do outro, PMDB articulando com DEM e PPS as cabeças de chapa de uma possível tríplice-aliança nos dois municípios. “Não está havendo interesse em abrir o diálogo. Vamos enfrentar os dois prefeitos mais mal avaliados da história e a oposição, por falta de conversa, não cria condições objetivas de derrota-los”, queixou-se ao JC.

Ressentida com a falta de apoio do PMDB à sua postulação, a tucana, mesmo sendo próxima a Jarbas, considera que ele não tem “respondido” aos “sinais” de reaproximação emitidos por Guerra. Um deles teria sido evidenciado na iniciativa do correligionário de ter lançado dois candidatos tucanos no Recife e em Olinda que desfrutassem de boa relação com o peemedebista, como foi o caso de Daniel Coelho e da própria Terezinha. Ela também cita a conversa travada entre Guerra e Raul Henry (PMDB) , recentemente, a convite do tucano. “Sérgio tem emitido sinais de querer o diálogo, mas não tem sido correspondido. Nesse aspecto, quem tem menos culpa é ele”, avalia.

O senador Jarbas Vasconcelos preferiu não comentar o assunto, mas interlocutores do partido informaram, em reserva, que ele achou “injusta” as declarações da colega. Do lado peemedebista, a leitura é de que a ex-deputada não deve cobrar a Jarbas a “fatura” de sua saída da disputa em Olinda, mas à sua própria sigla, que teria optado por apoiar o atual prefeito em troca do apoio do PCdoB à reeleição de Elias Gomes (PSDB), em Jaboatão.

Os peemedebistas também continuam sem digerir a “conivência” de Sérgio Guerra, em 2010, com a debandada de prefeitos tucanos para o palanque governista, assim como o fato de ele não ter aceitado concorrer ao Senado pela coligação jarbista. Mesmo assim, o próprio Jarbas chegou a ensaiar, no final do ano passado, uma reaproximação , mas teria desistido diante de algumas provocações do tucano, publicadas na imprensa. Entre elas, as negativas de se reeditar a antiga União Por Pernambuco. Procurado pelo JC, Guerra estava realizando exames médicos, em São Paulo, e não retornou as ligações.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Nenhum comentário:

Postar um comentário