sexta-feira, 9 de março de 2012

Kassab quer exonerar 5 secretários por Serra

Prefeito pretende negociar alteração no primeiro escalão a partir da próxima semana para dar mais opções de vice ao tucano

Felipe Frazão

O primeiro escalão da Prefeitura de São Paulo vai sofrer alterações assim que o prefeito Gilberto Kassab voltar da viagem a Portugal e Espanha, na próxima semana. Por determinação do próprio prefeito, cinco secretários, entre eles a vice-prefeita, Alda Marco Antônio, devem colocar os respectivos cargos à disposição até 30 de março em função da disputa eleitoral. Os cinco nomes serão oferecidos ao pré-candidato do PSDB, José Serra, como opções para a vice.

Kassab quer amarrar nomes do PSD ou de outros partidos, mas de sua confiança, à candidatura de Serra. Os secretários não escolhidos poderão ser candidatos a vereador pelo PSD.

Na lista, além da vice-prefeita, constam os nomes dos secretários Alexandre Alves Schneider (Educação), Miguel Bucalem (Desenvolvimento Urbano), Marcelo Cardinale Branco (Transportes), e Eduardo Jorge (Verde e Meio Ambiente) - o único que não é do PSD.

Apesar de agir para atrelar a escolha de Serra a um nome do PSD, Kassab diz que a palavra final será exclusivamente do ex-governador. "A decisão é dele, tem a nossa confiança", diz o prefeito. Serra ainda terá de passar pela prévia do PSDB no dia 25 para oficializar a candidatura. O entorno do tucano prefere prorrogar a decisão da vice, pois o ex-governador pretende atrair novas legendas para a coligação, como o DEM, o PP, o PSB e o PPS. Além disso, a cúpula do PSDB pretende aguardar a disputa jurídica do PSD no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para definir se a sigla terá ou não direito ao tempo de televisão compatível com a bancada no Congresso no horário eleitoral gratuito.

Há um acordo entre o prefeito e os tucanos para que o vice seja definido apenas em maio.

Kassab diz que os secretários adjuntos assumirão a titularidade das pastas de quem se afastar, e nega que as vagas possam ser usadas em negociações com o PSB para atrair a sigla para a aliança com PSDB e PSD.

PV. A viabilidade da indicação de Eduardo Jorge para a vice depende de um acerto com o PV para se coligar a PSD e PSDB. O verde é bem visto por Serra, que o elogiou anteontem chamando-o de "grande quadro".

Kassab também cita o nome do sindicalista Ricardo Pattah (PSD), presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), como bom vice para Serra.

O prefeito ainda não comunicou oficialmente aos secretários a decisão de retirá-los do governo por razões eleitorais, mas alguns já sabem das pretensões. Alda Marco Antonio diz que "como membro do PSD, deu carta branca a Kassab". Schneider diz que vai "pensar fortemente e eventualmente se afastar" por fazer parte do grupo político liderado pelo prefeito, mas prefere avaliar a proposta apenas quando a receber. Eduardo Jorge avisa que "considerará as opiniões do prefeito", mas que "decisões políticas dependem de convicção pessoal e de orientação da direção do PV". "A vice-candidatura deve ser resultado de composição política e programática, que tem no candidato uma palavra final e decisiva", diz Jorge.

Marcelo Cardinale Branco não quis comentar. Bucalem não respondeu até o fechamento desta edição.

Kassab pretende procurar cada um dos nomes a partir de sexta-feira, quando volta de compromisso político na Europa: "É uma coisa minha. Eu é que estou sugerindo que eles se licenciem, porque podem ser bons vices."

Articulação com o PMDB. O prefeito também articula com o PMDB e receberá, assim que retornar da viagem, os peemedebistas que integram sua administração: os secretários de Participação e Parceria, Uebe Rezeck, e de Esportes, Bebeto Haddad. Ambos sofrem pressão para deixar o governo municipal em prol da pré-candidatura do deputado federal Gabriel Chalita. O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), avisou-os de que está em jogo o sucesso eleitoral de Chalita.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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