quarta-feira, 7 de março de 2012

Marina ataca política ambiental de Dilma

Roldão Arruda

A ex-senadora Marina Silva (sem partido) foi uma das signatárias da carta aberta lançada ontem em São Paulo que qualifica como "retrocesso" a política ambiental do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). De acordo com o texto, o primeiro ano de Dilma "foi marcado pelo maior retrocesso da agenda socioambiental desde o final da ditadura militar".

Marina participou do evento como diretora do Instituto Democracia e Sustentabilidade, uma das dez organizações não governamentais que elaboraram a carta. Elas afirmam que Dilma inverteu "uma tendência de aprimoramento da agenda de desenvolvimento sustentável que vinha sendo implementada ao longo de todos os governos desde 1988".

A política estaria contrariando compromissos assumidos por Dilma na campanha presidencial - entre eles o de recusar artigos no texto do Código Florestal que resultassem em anistia a desmatadores ilegais.

O governo poderia ter mobilizado sua base parlamentar para conter os retrocessos na mudança do Código Florestal, em discussão no Congresso, de acordo com o texto da carta. Também são apontados como sinais de retrocesso a redução das unidades de conservação e do poder de fiscalização do Ibama, atropelos nos processos de licenciamento ambiental e enfraquecimento do Ministério do Meio Ambiente.

"É a primeira vez que 100% das demandas do atraso vêm sendo contempladas", disse Marina em entrevista coletiva, referindo-se às concessões do governo. Na avaliação da ex-senadora, o Brasil precisa de dirigentes que tenham visão estratégica e não apenas gerencial.

No período em que chefiou o Ministério do Meio Ambiente, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Marina teve frequentes desentendimentos com Dilma, então ministra-chefe da Casa Civil. Na eleição presidencial de 2010, a ex-senadora ficou em terceiro lugar, com quase 20 milhões de votos, defendendo sobretudo propostas de desenvolvimento sustentável.

A carta também foi assinado pela Fundação SOS Mata Atlântica, pelo Instituto Socioambiental e outras sete organizações.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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