quinta-feira, 29 de março de 2012

TRT negocia fim da greve na usina de Santo Antônio

Nilton Salina

PORTO VELHO - A desembargadora Maria Cesarineide de Souza Lima, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 14ª Região (Rondônia e Acre), deve presidir hoje uma audiência entre o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Rondônia (Sticcero) e representantes do Consórcio Construtor Santo Antônia, em uma tentativa de acabar com a greve que paralisou as obras na hidrelétrica desde o dia 20. Cerca de 15 mil trabalhadores estão parados.

A presidente do TRT, Vania Abensur, declarou liminarmente a greve ilegal e abusiva e estipulou multa diária de R$ 200 mil pelo descumprimento da decisão, mas os trabalhadores não aceitaram acabar com a paralisação. A desembargadora também havia autorizado o desconto dos dias parados. Agora está sendo proposta a formação de uma comissão de sete funcionários a serem escolhidos em assembleia geral para fortalecer a representação do Sticcero.

Na última reunião dirigida por Abensur, na terça-feira, o consórcio se comprometeu a garantir o emprego de operários por um período de um ano. As dispensas só poderão ocorrer em casos de improbidade, embriaguez, abandono de emprego ou procedimentos como indisciplina ou insubordinação.

Também foi oferecido plano de saúde para a família dos funcionários, 8% de antecipação salarial e aumento de R$ 150 no valor da cesta básica. O Consórcio Santo Antônio alegou à Justiça do Trabalho que os empregados paralisaram as atividades sem tentativa de negociação prévia. Também comunicou atos de vandalismo contra ônibus de empresas terceirizadas. Assim, em decisão liminar, Vania Abensur declarou a greve ilegal e abusiva, determinando a volta imediata ao trabalho e autorizando a demissão dos funcionários que aterrorizaram colegas.

No canteiro de obras da usina de Jirau as atividades também estão paralisadas desde o dia 9. Sete mil dos aproximadamente 21 mil trabalhadores que constroem a hidrelétrica permanecem em alojamentos da empresa Camargo Corrêa, mas se dizem impedidos de prosseguir a obra por pessoas ligadas ao Sticcero.

Na última assembleia geral, foi colocada em votação a volta às atividades, mas como houve empate, o sindicato decidiu manter a greve.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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