sábado, 21 de abril de 2012

CPI não teve o apoio de 21% dos congressistas


Presidente da Câmara, Marco Maia (PT), e líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT), não assinaram o pedido

Maia argumenta que adesão à CPI não é compatível com a sua função, mas afirma que defende a investigação

Gabriela Guerreiro

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não assinaram pedido da CPI do caso Cachoeira, criada anteontem pelo Congresso Nacional.

No total, apenas 21% dos congressistas -117 de 513 deputados e 9 de 81 senadores- não apoiaram a comissão.

Entre os deputados estão Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP), réus do mensalão, e Zeca Dirceu (PT-PR), filho de outro réu, o ex-ministro José Dirceu.

O petista também prestou consultoria à empresa Delta -citada pela Polícia Federal como ligada ao empresário Carlinhos Cachoeira.

Maia disse que não considera a adesão à CPI "compatível" à função que ocupa. Apesar de não ter apoiado formalmente a abertura de investigações, ele defendeu que a comissão quebre os sigilos de todos os que tiveram contato com Cachoeira. "Eu começaria quebrando o sigilo bancário, fiscal, telefônico de todos aqueles que tiveram qualquer tipo de contato com o Cachoeira, mas quem vai tomar a decisão é o relator."

Chinaglia não foi encontrado na noite de ontem.

Quatro deputados suspeitos de envolvimento com Cachoeira assinaram o pedido: Sandes Júnior (PP-GO), Rubens Otoni (PT-GO), Stepan Nercessian (PPS-RJ) e Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO).

Já o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), que corre o risco de perder o mandato por sua relação com Cachoeira, não apoiou a comissão.

A comissão também não teve a adesão dos deputados Sérgio Morais (PTB-RS) e Jaqueline Roriz (PMN-DF). Morais ficou conhecido por afirmar que se "lixava" para a opinião pública, e Roriz escapou de processo de cassação depois de aparecer em vídeo recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM.

O PT vai indicar até terça o nome do deputado que vai ocupar a relatoria da CPI.

A presidente Dilma Rousseff falou ontem sobre a CPI: "A CPI é algo afeto ao Congresso. O governo federal terá uma posição absolutamente de respeito ao Congresso nessa área".

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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