sexta-feira, 27 de abril de 2012

Fiesp detecta recuo de 4% na atividade em março


Francine De Lorenzo

SÃO PAULO - O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria de transformação paulista caiu 0,5% em março, na comparação dessazonalizada com fevereiro, segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na comparação com março de 2011, o INA caiu 4%. Como reflexo da retração, a indústria trabalhou com menor ociosidade. Em março, o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) ficou em 81,4%, com ajuste sazonal, abaixo dos 82,1% de fevereiro.

A estagnação da indústria de transformação de São Paulo abrange todos os setores, segundo Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp. "Não há um setor com desempenho melhor ou pior que a média. A indústria está parada, sem que se destaquem setores que puxem o conjunto para cima ou para baixo." Em crises anteriores era possível perceber um ou outro segmento que dava fôlego à indústria, o que não acontece desta vez, diz Francini.

A indústria automobilística, embora tenha avançado 5,9% entre fevereiro e o mês passado, acumula queda de 4,4% nos 12 meses encerrados em março. Neste período, a indústria de transformação paulista se contraiu 1,8%.

Os esforços do governo para reativar a indústria de transformação não serão capazes de promover um novo ciclo de crescimento no setor ainda neste ano, avalia Francini, que estima estagnação para o setor em São Paulo e no país. "Só deveremos ver melhora no começo do segundo semestre. Há vários fatores que favorecem uma recuperação da indústria, mas os efeitos não são imediatos", disse, citando como exemplo a redução na taxa básica de juros, a valorização do real ante o dólar e a pressão para queda do spread bancário.

A Fiesp prevê que a economia brasileira crescerá 2,6% neste ano, com a indústria se expandindo 1,4% no período. No primeiro trimestre, a estimativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha aumentado 0,7% em relação ao quarto trimestre de 2011, com ajuste.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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