Apesar de pregar novas práticas, o peemedebista Eduardo Braga repete estratégia de políticos tradicionais
Fernanda Krakovics
BRASÍLIA. O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) assumiu a liderança do governo pregando novas práticas na política e falando em uma nova geração de senadores. Gosta de dizer que "o Senado mudou, e eles (os velhos políticos) precisam entender isso", mas Braga repete uma prática típica de políticos tradicionais: tem como primeira suplente sua mulher, Sandra Backsmann Braga.
Colocar parentes no banco de reserva do mandato é um expediente que já foi lançado por ex-senadores como Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Mão Santa (PMDB-PI).
Na atual legislatura, Edison Lobão (PMDB-MA), licenciado para assumir o Ministério de Minas e Energia, foi substituído por Lobão Filho (PMDB-MA). Já Ivo Cassol (PP-RO) tem o pai, Reditário Cassol (PP-RO), de suplente.
ACM dizia que escolhia o filho, ACM Júnior (DEM-BA), como suplente porque não queria ninguém conspirando para assumir seu mandato nem torcendo para que ele morresse.
Braga diz que esse não é o seu caso. Afirma que escolheu a esposa para a função para evitar briga entre seus aliados pelo posto. E também para que ela não disputasse um cargo eletivo, o que geraria problemas em seu grupo político.
Já o segundo suplente do líder do governo é o empresário Lirio Parisotto, fundador da fabricante de DVDs Videolar. Ele foi apontado, este ano, como o 24 homem mais rico do país pela revista "Forbes", com uma fortuna estimada em US$ 2,1 bilhões. Grande parte desse dinheiro é atribuída, pela "Forbes", à participação de Parisotto no fundo Geração Futuro L Par, que valeria cerca de US$ 1,4 bilhão.
À Justiça Eleitoral, Lirio Parisotto declarou que tinha um patrimônio de R$ 292,5 milhões em 2010. Não existem doações registradas para a campanha que elegeu sua chapa para o Senado.
- O Parisotto é o maior investidor privado do Amazonas. Ele é o maior interessado no polo industrial de Manaus - disse o senador Eduardo Braga, para justificar sua escolha.
FONTE: O GLOBO
Esse é o exemplo da necessidade de uma Reforma Política para enfraquecer a continuidade do "familismo" na política brasileira.
ResponderExcluirVagner Gomes - PPS/Zona Oeste (RJ)