domingo, 15 de abril de 2012

No Rio, PT e PSDB são apenas coadjuvantes

Alfredo Junqueira

RIO - Enquanto se enfrentam há 18 anos em acirradas eleições à Presidência da República, PT e PSDB assistem como coadjuvantes às disputas pelo poder no Estado do Rio. Principalmente na capital.

Liderado pelo governador Sérgio Cabral e pelo prefeito Eduardo Paes, ambos ex-tucanos, o PMDB é a principal força política no Rio hoje. De um lado, a candidatura de Marcelo Freixo, do PSOL, à Prefeitura do Rio e, de outro, a aliança regional entre DEM, do ex-prefeito Cesar Maia, e PR, do ex-governador Anthony Garotinho, são as duas opções mais viáveis de oposição à hegemonia peemedebista.

O momento áureo do PSDB no Rio foi entre 1994 e 1998, quando Marcello Alencar se elegeu governador e Fernando Henrique Cardoso era presidente da República. Nas eleições municipais de 1996, tucanos chegaram a eleger 27 prefeitos e obtiveram 26,24% do total dos votos válidos nas disputas pelos executivos municipais.

No pleito seguinte, com o governo do Estado já sob a gestão Anthony Garotinho, na época do PDT, os tucanos debandaram. Elegeram 11 prefeitos e tiveram 15,78% dos votos válidos no Estado. Na capital, Ronaldo Cezar Coelho ficou em sexto lugar, com 1,82% dos votos, em eleição vencida por Cesar Maia, então no PTB. Foi a última vez que tucanos tiveram cabeça de chapa na capital. O PSDB do Rio viu suas vitórias nas eleições municipais minguarem para três cidades, em 2004, e oito, em 2008.

Já o PT apresenta movimentos díspares no Estado. Suas candidaturas na capital tiveram desempenho crescente nos anos 1990. Na última década, após confusa gestão de Benedita da Silva no governo do Estado, entre abril e dezembro de 2002, o desempenho do partido foi pífio. Já a participação na região metropolitana e no interior vem tendo avanço constante.

Em 1996, Chico Alencar foi o terceiro colocado na capital, com 21,67%. O partido venceu em dois municípios. Benedita disputou a prefeitura em 2000 e também ficou em terceiro, com 22,62% dos votos válidos. Petistas elegeram apenas um prefeito no Estado.

Em 2004, primeira eleição municipal depois da posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência e da gestão Benedita no governo do Estado, Jorge Bittar obteve 6,31% dos votos válidos na capital. Ficou na quinta posição. O partido, no entanto, fez nove prefeitos. Na última eleição, em 2008, Alessandro Molon também ficou em quinto, com 4,97%. O PT fez 10 prefeitos.

O melhor resultado do PT no Estado do Rio foi em 2010, quando Lindberg Farias, prefeito de Nova Iguaçu por duas vezes, foi o candidato ao Senado mais votado no Estado, com 4,2 milhões de votos. O petista também cumpriu "cota de sacrifício" pelo projeto nacional do partido. Queria concorrer ao governo, mas foi impedido pelo PMDB de Cabral, que disputava a reeleição, em troca do apoio do partido à eleição de Dilma Rousseff.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

Nenhum comentário:

Postar um comentário