segunda-feira, 14 de maio de 2012

Congressistas reagem a guerra de versões sobre operação

Andréia Sadi

BRASÍLIA - Congressistas que integram a CPI do Cachoeira reagiram à afirmação da subprocuradora da República Cláudia Sampaio de que a Polícia Federal pediu que não fosse suspensa a primeira operação que investigou Carlinhos Cachoeira, em 2009.

Reservadamente, integrantes da CPI já dizem que a guerra de versões entre o Ministério Público Federal e a PF pode levar a acareação entre Sampaio e o delegado Raul Alexandre Souza, que comandou a Operação Vegas.

Mulher do procurador-geral, Roberto Gurgel, Sampaio foi responsável por analisar o inquérito da Vegas na Procuradoria. Para ela, os encarregados das investigações seriam do esquema.

A versão da subprocuradora, publicada ontem pelo Painel, diverge do que Souza disse à CPI na semana passada. Em sessão secreta, ele afirmou que Sampaio o procurou e avisou que não existiam indícios para levar a investigação adiante.

Ex-líder do PT na Câmara e membro da CPI, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) afirma que a justificativa aprofunda a confusão.

Congressistas disseram à Folha que a revelação de que a subprocuradora pretendia arquivar o caso é o ponto mais polêmico. O inquérito da Vegas não foi devolvido ao órgão para que a investigação prosseguisse mesmo após o Ministério Público dizer que não havia indícios contra o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e o esquema de Cachoeira.

"A PF não quer entrar em uma briga com a Procuradoria-Geral da República, mas a explicação não tem lógica", afirma um membro da PF.

Gurgel virou alvo de ataque petista após ser revelado que ele sabia de ligações de Demóstenes com Cachoeira desde 2009, mas não tomou providências. Em resposta, o procurador-geral atribuiu as críticas a "pessoas ligadas a mensaleiros", aumentando o atrito com o PT.

Teixeira diz que Gurgel "entrou num debate político, e a subprocuradora foi para uma disputa corporativista".

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) defende que Sampaio esclareça por escrito para a comissão a divergência entre as versões. "Ou compareça na Comissão de Constituição e Justiça."

Para o deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ), porém, o casal de procuradores não tem nada a esclarecer.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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