domingo, 13 de maio de 2012

Delta afeta reeleição de Paes, diz ex-prefeito

Cesar Maia (DEM) afirma que peemedebista sofrerá desgaste que atinge o governador Sérgio Cabral, seu aliado

Cabral aparece em fotos confraternizando em Paris com Cavendish, da Delta, envolvida no caso Cachoeira

Claudia Antunes

RIO - O ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM) afirma que o caso Cachoeira vai afetar a tentativa de reeleição de Eduardo Paes (PMDB) em outubro.

A avaliação de Maia é que o até agora favorito Paes sofrerá desgaste por causa da ligação do governador Sérgio Cabral (PMDB), seu aliado, com a empresa Delta, apontada como integrante do esquema de Carlos Cachoeira.

"[Paes] foi atingido sim, pelo amor de Deus. Na hora em que a coisa abre para o governador Sérgio Cabral, abre para o associado dele", diz Maia, hoje dirigente do DEM.

Derrotado para o Senado em 2010, o ex-prefeito é candidato a vereador. Ele se aliou ao deputado federal Anthony Garotinho (PR), um ex-adversário, para lançar uma chapa com os respectivos filhos, os deputados federal Rodrigo Maia e Clarissa Garotinho, à Prefeitura do Rio.

Garotinho divulgou em seu blog fotos de Cabral confraternizando na França com Fernando Cavendish, dono da Delta.

A empresa foi atuante nos dois últimos mandatos de Maia na prefeitura, de 2001 a 2008. Fez, entre outras obras, a Cidade do Samba, parte do estádio do Engenhão e o parque aquático. "Não tenho reclamações da Delta", diz ele.

Na campanha, o objetivo de Maia e Garotinho é vincular Paes ao escândalo. O ex-prefeito diz, porém, que Paes é apoiado pelas Organizações Globo. Cita contratos da prefeitura com a Fundação Roberto Marinho para projetos de educação e cultura. Segundo o site municipal Rio Transparente, somam R$ 103,7 milhões desde 2009.

"Isso não é julgamento nem crítica. Se fosse dono do sistema Globo, faria o que fazem", diz.

Delicado

O ex-prefeito diz que a relação do senador Demóstenes Torres com Cachoeira será menos prejudicial ao DEM que o caso de corrupção que, em 2010, levou à cassação do governador do Distrito Federal José Roberto Arruda.

"Demóstenes não tinha laços no DEM. Arruda era nosso principal quadro, quem sabe candidato a presidente."

Sucessor do PFL, o DEM tem a menor bancada no Congresso desde 1985 e perdeu vários quadros para o PSD. Maia reconhece que o partido passará por situação delicada se diminuir em outubro.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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