sábado, 19 de maio de 2012

Dilma e Lula socorrem Haddad

Meta é ajudar candidatura do petista, estacionada em 3% das intenções de voto

Gustavo Uribe

SÃO PAULO. Em sinal de que vai entrar de cabeça nas eleições municipais de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff levou ontem a tiracolo o pré-candidato do PT a prefeito, Fernando Haddad, em visita à exposição dos murais "Guerra e Paz", de Candido Portinari, no Memorial da América Latina. A ida de Dilma a São Paulo foi combinada previamente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, padrinho político do pré-candidato do PT.

Haddad adotou postura discreta durante a visita, exceto no momento da fotografia com Dilma, quando foi puxado por Lula para ficar ao lado da presidente. O atual esforço dos petistas é alavancar a candidatura de Haddad, que tem 3% das intenções de voto segundo a última pesquisa Ibope, muito atrás de seu principal adversário, o ex-governador José Serra (31%). A visita de ontem foi o primeiro evento público, na capital paulista, em que Dilma e Lula estiveram ao lado de Haddad, depois que o ex-ministro da Educação se tornou pré-candidato do PT.

A programação inicial era que a presidente inaugurasse, ao lado de Haddad, um novo prédio do campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mas a greve dos professores alterou os planos. Na chegada a São Paulo, Dilma reuniu-se com lideranças petistas em almoço num tradicional restaurante português. A presidente sentou-se entre Haddad e o ministro da Educação Aloizio Mercadante, e passou, aproximadamente uma hora, conversando com Lula. Em conversa privada, Lula expôs a Dilma o quadro eleitoral em São Paulo, com perspectivas de alianças com o PSB e o PCdoB. A presidente, que almoçou bacalhau cozido, avaliou que a crise europeia é preocupante, mas que a economia brasileira está bem preparada, e elogiou a disposição física do seu antecessor, que se recupera de tratamento contra um câncer.

- O ex-presidente Lula e a presidente Dilma são lideranças importantes no país, sempre vão ter um peso em qualquer eleição, e a opinião deles vai contar. Mas quero crer que, nos municípios em geral, sobretudo em São Paulo, a população vai se focar mais nas questões municipais. É óbvio que o apoio político conta, mas não é o ingrediente mais importante dessa eleição - afirmou Fernando Haddad.

FONTE: O GLOBO

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