sexta-feira, 18 de maio de 2012

Governador do PT diverge do partido e elogia Gurgel

Tarso Genro defende procurador, que é alvo de ataques de petistas

Governador do RS diz que Ministério Público tinha justificativa para não abrir investigação contra Demóstenes

Catia Seabra, Felipe Bächtold

PORTO ALEGRE - Ministro da Justiça no início das investigações sobre Carlinhos Cachoeira, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), defendeu ontem a atuação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Petistas acusam o procurador de ter sido moroso na investigação sobre a ligação entre o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e o grupo de Cachoeira.

"O procurador tem que analisar o contexto todo da prova para verificar o momento oportuno de abrir um inquérito ou investigação direta sobre os parlamentares", disse o governador.

Tarso, que foi ministro da Justiça de 2007 a 2010, disse que durante a investigação foi avisado pela direção da PF de que havia congressistas de Goiás envolvidos e que, na ocasião, determinou que o caso fosse remetido ao Ministério Público Federal.

Também falou que é um "costume" e uma "necessidade" dos procuradores não precipitar ações que possam prejudicar outros inquéritos.

"O argumento que o procurador Gurgel está usando é, na minha opinião, a partir de minha experiência, um argumento de qualidade técnica e política suficiente", disse.

A Procuradoria tem dito que não abriu investigação contra Demóstenes em 2009 para não atrapalhar investigações na primeira instância e que esse pedido foi feito pela Polícia Federal, que nega.

Sobre a ida de Gurgel à CPI, Tarso Genro disse que é uma "questão secundária" e que o procurador não tem obrigação de depor. Para o governador, não há problema em ele dar esclarecimento por nota.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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