quarta-feira, 16 de maio de 2012

Gurgel terá que se explicar por escrito

Procurador é dispensado de ir à CPI e tem 5 dias para responder sobre a Vegas

BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, terá que se explicar por escrito à CPI que investiga os negócios do bicheiro Carlinhos Cachoeira. A comissão aprovou ontem requerimento pedindo esclarecimentos sobre a decisão de não levar adiante em 2009 a Operação Vegas, conduzida pela Polícia Federal (PF). Na época, a operação já havia apontado a relação do bicheiro com alguns parlamentares, como o senador goiano Demóstenes Torres. Foi estipulado um prazo de cinco dias úteis para que Gurgel possa se explicar.

Ele e a subprocuradora Cláudia Sampaio, que é sua mulher, apresentaram versões diferentes da sustentada pela PF. Na semana passada, o delegado Raul Alexandre, responsável pela operação, afirmou à CPI que entregou o relatório à subprocuradora. Segundo ele, Cláudia Sampaio disse que as provas contra os parlamentares não eram suficientes, mas prometeu devolver o caso para a primeira instância, o que não ocorreu. Já a subprocuradora informou, por meio da assessoria, que queria arquivar o caso em 2009, mas o delegado teria pedido para esperar um pouco para não atrapalhar outras investigações.

- A CPI não desconsidera a contradição que existe entre o que foi publicado numa nota pela Polícia Federal e o que a imprensa informou que o procurador-geral da República ou a subprocuradora teria dito - afirmou o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).

Os parlamentares indagam que providências a procuradoria tomou ao receber o relatório, mas não questionam por que Gurgel decidiu abrir inquérito apenas este ano, depois da Operação Monte Carlo.

O requerimento foi apresentado por Odair Cunha , a partir de requerimentos dos deputados Luiz Pitiman (PMDB-DF), Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Fernando Francischini (PSDB-PR).

Chegou a ser cogitada a votação de outros três requerimentos relativos ao Ministério Público. Um deles é do senador Sérgio Souza (PMDB-PR), que solicita a quebra do sigilo telefônico da subprocuradora. Os outros dois são de autoria do senador Fernando Collor (PTB-AL), que deseja a convocação de Gurgel e da subprocuradora. A maioria, no entanto, foi contrária à convocação deles no momento.

FONTE: O GLOBO

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