segunda-feira, 28 de maio de 2012

Oposição cobra explicações de Lula

PSDB e DEM criticam diálogo do ex-presidente com ministro Gilmar Mendes

Gustavo Uribe e Mariana Timóteo da Costa

SÃO PAULO. O PSDB e o DEM estudam adotar estratégia comum para cobrar explicações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre encontro no qual teria pressionado o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes a adiar o julgamento do processo do mensalão. Os partidos de oposição ainda discutem se pretendem interpelar o líder petista por meio de ação judicial ou protocolar requerimento pedindo a sua convocação na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Cachoeira, no Congresso Nacional.

- O fato é gravíssimo e demonstra uma tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de interferir no julgamento do processo que manchou a sua administração. O DEM vai buscar esclarecer essa história e nós vamos discutir os procedimentos a partir de amanhã, mas, por enquanto, não descartamos nada - afirmou o líder do DEM na Câmara dos Deputados, ACM Neto.

Sob a ameaça de convocação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), para depor na CPMI, a oposição reagiu ontem à suposta tentativa do ex-presidente de adiar o julgamento do mensalão. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) considerou "grave" que um ex-presidente possa ter se envolvido em uma "operação de chantagem". O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), afirmou, em nota, que a bancada tucana se reunirá para definir que medidas deve tomar:

- Esse tipo de intromissão no funcionamento do STF demonstra que Lula não tem a real dimensão do que representa a posição de um ex-presidente. Nós já vínhamos denunciando a utilização político-partidária da CPI por parte de integrantes do PT e membros da base aliada do governo. Esse episódio apenas comprova algo que é notório.

O vice-presidente do DEM, deputado federal Ronaldo Caiado (GO), avaliou que a eventual manobra do dirigente petista representa um "atestado de culpa no processo do mensalão" e configura uma atitude incompatível com um ex-mandatário do Palácio do Planalto.

FONTE: O GLOBO

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