quinta-feira, 31 de maio de 2012

PSDB diz que ex-presidente ameaça a democracia

Christiane Samarco

BRASÍLIA - A cúpula do PSDB fez ontem duras críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por causa do encontro que ele teve com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente nacional do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) acusaram Lula de ameaçar a democracia, ao tentar interferir em outro Poder para adiar o julgamento do processo do mensalão no STF. “Ninguém está acima da lei e ninguém pode tudo num país que preze a democracia”, criticou Aécio, ao se declarar surpreso com a ação de Lula que, antes de deixar o cargo, anunciava que iria mostrar como deve se comportar um ex-presidente, contrapondo-se ao antecessor Fernando Henrique Cardoso. “Vivemos um momento grave, uma crise institucional. O Lula e o PT ameaçam o STF e o Procurador-Geral da República, o que nunca aconteceu na história do País”, emendou Guerra. O senador entende que “há algo de veracidade” nos relatos do ministro Gilmar. Para o presidenciável tucano, se confirmada, a conversa entre eles é algo “triste para a democracia e grave do ponto de vista das instituições”.

Aécio ressaltou que a existência, no Brasil, de instituições “absolutamente sólidas que saberão enfrentar esse “início de crise institucional” o tranquiliza. Mas insistiu que, a seu ver, houve um excesso de Lula que será julgado pela população. Guerra e Aécio participaram na capital federal de um encontro com pré-candidatos do PSDB às prefeituras das cem maiores cidades brasileiras, Em São Paulo, durante sabatina no SBT, o ex-governador e pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, também comentou o caso: “Está tendo um problema entre as instituições, sem dúvida alguma. Por outro lado, a presidente Dilma não pode dizer outra coisa (em nota do Planalto, ela negou risco de crise institucional). Ela tem que contribuir para a estabilidade. Se ela diz que tem risco de instabilidade ela contribui para isso.”

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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