quarta-feira, 27 de junho de 2012

Em Belo Horizonte, PSB quer aprovar veto a coligações

Candidatos socialistas a vereador em BH não aceitam aliança com petistas e tucanos porque temem perder cadeiras na Câmara. Reunião hoje pode deixar situação mais complicada

Isabella Souto

PSB, de Marcio Lacerda, fechou com o PT na eleição para prefeito, mas quer distância dos petistas na proporcional

A três dias das convenções partidárias para definição de candidaturas nas eleições de outubro, as conversas entre PSB, PT e PSDB em torno da reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB) podem esquentar. Em plenária marcada para hoje à noite, os socialistas devem aprovar uma resolução que abre brechas para vetar a coligação com petistas e tucanos para a disputa das 41 cadeiras da Câmara Municipal de Belo Horizonte. O texto estaria dirigido especialmente ao PT, já que o PSDB admitiria o apoio ao PSB independentemente de se aliarem na chapa de vereadores.

O maior imbróglio diz respeito a um recado do senador Aécio Neves (PSDB) já transmitido a Marcio Lacerda: se o PT fizer parte da coligação proporcional, o PSDB poderá lançar um candidato próprio e o PSB correrá o risco de perder o apoio de boa parte das legendas que integram a base governista. Partidos como DEM, PDT e outros menores, por exemplo, já fizeram convenções, mas deixaram a decisão sobre alianças em aberto. O PR marcou seu encontro para a noite de sábado, último dia previsto pela legislação eleitoral para as definições.

Se a resolução for aprovada hoje, o seu teor da resolução será discutido no congresso do PSB marcado para a manhã de sábado, quando serão confirmados os candidatos. "Somente será aprovada coligação proporcional que não implique na redução da bancada ou impeça seu crescimento, bem como gere desequilíbrio na composição de forças entre os partidos integrantes da aliança ou que facilite a eleição de candidatos de oposição à aliança", diz o texto da resolução. Para o encontro de sábado o PSB levará uma lista completa de candidatos à Câmara, com 62 nomes.

Atualmente o PSB tem três vereadores na Câmara da capital mineira e a expectativa é elevar o número para seis ou sete caso dispute as vagas com chapa própria. Coligados com o PT ou PSDB, a projeção mais otimista é de que seja mantida a bancada atual. Já os petistas, que têm seis integrantes na Casa, calculam eleger até oito candidatos se a coligação for confirmada. Sem a aliança, deverão eleger três ou quatro vereadores. Os tucanos, que têm quatro parlamentares, esperam aumentar para seis se coligarem com o PSB ou manter a composição atual sem fazer essa coligação.

Acordo. O Escolhido em encontro municipal como candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Lacerda, o deputado federal Miguel Corrêa Júnior (PT) terá a missão de acalmar os ânimos dentro de seu partido. Ainda assim, os socialistas consideram que o veto na eleição proporcional não implicará em rompimento entre as duas legendas. "O acordo entre o PSB e o PT não envolve apenas Belo Horizonte. Envolve várias cidades do interior de Minas e do Brasil", disse uma fonte socialista.

Além disso, pesam contra os petistas o fato de alguns dos atuais vereadores do PT fazerem oposição ao governo – os mais atuantes são Neusinha Santos e Arnaldo Godoy – e parte da legenda declarar apoio a outros candidatos porque não concordam com a aliança com Marcio Lacerda. Além da questão envolvendo a chapa de vereadores, a plenária de hoje vai discutir estratégias para a campanha eleitoral e as regras para o congresso de sábado.

FONTE: ESTADO DE MINAS

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