sábado, 23 de junho de 2012

Em Recife, oposição discute aliança

PSDB, PMDB, DEM e PPS estudam lançar chapa única para disputar a prefeitura do Recife em outubro

Paulo de Tarso Lyra

O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, vai esperar o retorno da viagem a Nova York, na próxima quinta-feira, para negociar qual partido indicará o vice na chapa de Geraldo Júlio (PSB) à prefeitura do Recife. Os mais cotados são PCdoB e PTB, legendas que já confirmaram presença no palanque pessebista. O anúncio de que o PSB terá candidato próprio, embalado pelos quase 90% de aprovação do governador na capital, provocou um movimento mais intenso na oposição. No início da noite de ontem, PMDB, DEM, PPS e PSDB se reuniram para tentar construir uma candidatura única.

O cenário político mostra o PT — que está no comando da prefeitura recifense há 12 anos — isolado. Pré-candidato do partido à prefeitura local, o senador Humberto Costa tem ligado para os antigos isolados e diz, informalmente, que ainda espera uma mudança nos planos de Eduardo Campos. Na semana retrasada, o presidente do PSB se reuniu com Humberto e ofereceu a vaga de vice na chapa — Geraldo Júlio ainda não havia sido confirmado. "O PT sempre deixou claro que não abriria mão de ter um candidato à prefeitura. E não abriremos", disse Humberto ao Correio.

A reunião das siglas de oposição foi conduzida pelo presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE). Antes do movimento feito pelo governador, Guerra defendia que os partidos antagônicos ao Palácio das Princesas (sede do governo estadual) lançassem mais de um candidato, para ter chances de emplacar um nome no segundo turno.

Contavam, ainda, com a fragilidade do PT, que não conseguiu se acertar para ter uma candidatura viável e competitiva. O Diretório Nacional petista, inclusive, ainda terá de analisar, na segunda-feira, um recurso do atual prefeito, João da Costa, contra a indicação de Humberto Costa como pré-candidato do partido.

Catalisador

Segundo o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), a indicação de Geraldo Júlio como candidato apoiado pelo governador Eduardo Campos precipitou uma aliança que já estava em debate no campo da oposição. "Estamos conversando há um bom tempo para avaliarmos qual será a estratégia mais adequada para o nosso campo político. É claro que o gesto do governador dá outra dinâmica ao processo", confirmou Agripino.

Até o momento, a oposição tem quatro pré-candidatos: Mendonça Filho (DEM), deputado federal, ex-governador do estado e presidente estadual do Democratas; Raul Henry (PMDB), deputado federal; Daniel Coelho (PSDB), deputado estadual; e Raul Jungmann (PPS), ex-deputado federal e ex-ministro da Reforma Agrária durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. "Vamos buscar uma aliança em torno do nome que estiver mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto", completou Agripino.

Por esse critério, ao menos por enquanto, a união recairá em torno do nome de Mendonça Filho. Em uma pesquisa local de intenção de votos realizada no fim de semana passado, o candidato do DEM aparece com 18%, mas cerca de 17 pontos percentuais atrás do líder na pesquisa, o petista Humberto Costa. A análise, contudo, não incluiu o nome de Geraldo Júlio, escolhido por Eduardo Campos na noite de quinta-feira.

A tendência é que Geraldo Júlio, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, imprima uma nova dinâmica na sucessão à prefeitura do Recife. Com perfil técnico, batizado de a "Dilma de Eduardo", ele foi o responsável pelos principais prêmios internacionais recebidos pelo governador pernambucano.

35% Intenções de voto no Recife para Humberto Costa (PT), segundo pesquisa divulgada no último fim de semana

No páreo

Veja quem são os pré-candidatos da oposição à prefeitura do Recife

Mendonça Filho (DEM)
Deputado federal, ex-governador e presidente do DEM em Pernambuco

Raul Henry (PMDB)
Deputado federal, foi secretário de Educação de Pernambuco entre 2001 e 2002, durante o primeiro governo de Jarbas Vasconcelos

Raul Jungmman (PPS)
Ex-deputado federal e ex-ministro da Reforma Agrária, perdeu a eleição para o Senado em 2010

Daniel Coelho (PSDB)
Deputado estadual

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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