sexta-feira, 22 de junho de 2012

Geração de vagas com carteira recua 44,5%

Em maio, foram abertos 139.679 postos formais, contra 252.067 no mesmo mês de 2011. Número é o pior desde 2009

Geralda Doca

BRASÍLIA. Enquanto a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE ainda mostra um mercado de trabalho imune à crise, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho já mostra o ritmo lento da economia. O país gerou 139.679 empregos com carteira assinada em maio, queda de 44,5% em relação ao saldo (diferença entre admissões e demissões) do mesmo período do ano passado, que foi de 252.067 postos. Este foi o pior desempenho para o mês desde 2009, quando a crise financeira internacional atingia em cheio o mercado de trabalho brasileiro. Entre janeiro e maio, a criação líquida de vagas ficou em 737.894, o que representa uma redução de quase 30% sobre o resultado obtido nos primeiros cinco meses de 2011, de acordo com informações do Caged divulgadas ontem.

Em maio, os empregos despencaram no comércio e na indústria. A desaceleração no comércio, em relação a igual período de 2011 foi de 61,48%, saindo de um saldo de 25.309 para 9.749 postos de trabalho. Na indústria, a queda foi de 52%, passando de 42.301 postos para 20.299, devido principalmente à eliminação de vagas no ramo de material de transporte, calçados e metalurgia. Apesar do aquecimento do setor, a construção civil também registrou retração de 48,5%, passando de 28.922 para 14.886 empregos.

Numa intensidade menor, houve também perda no ritmo de contratações na agricultura e no setor de serviços, que fecharam maio com saldos de 46.261 e 44.587, respectivamente. Apesar da crise, o que ajudou nas contratações na agricultura foi a safra do café e da cana-de-açúcar em Minas Gerais e em São Paulo, enquanto que nos serviços foram as contratações em hotéis, restaurantes e serviços médicos e odontológicos.

Por essas razões, São Paulo e Minas Gerais foram os estados que mais contrataram, com saldos de 52.624 e 32.684 postos, respectivamente. Em seguida, ficou o Rio, com 12.030.

Segundo o Caged, em maio o nível do emprego subiu mais no interior do que nas regiões metropolitanas. O interior respondeu por 93.453 vagas do total.

As regiões que mais se destacaram foram Sudeste (101.876 postos) e Centro-Oeste, que respondeu por 13.473.

O Caged, divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho, é o resultado de informações enviadas pelas empresas do país à pasta. É o registro de todas as contratações e demissões do mercado formal.

FONTE: O GLOBO

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