sexta-feira, 29 de junho de 2012

Júlio (PSB), apresentado e respaldado em Recife

Com a força de uma ampla coligação e a bênção de Eduardo Campos, Geraldo Júlio tem sua primeira aparição como protagonista

Sheila Borges

Com o respaldo de uma coligação de 14 partidos, o administrador e especialista em gestão pública Geraldo Júlio (PSB) foi apresentado ontem como o candidato a prefeito do Recife da Frente Popular pelo governador Eduardo Campos. O chefe do Executivo estadual frisou que Júlio é o nome de sua total confiança por ter as condições técnicas e políticas para colocar a capital pernambucana “no rumo do desenvolvimento do Estado”. Júlio, por sua vez, estreou em um ato político, como principal protagonista, ressaltando que é movido a desafios. E, ao ser convocado por Eduardo e pelas demais legendas da Frente, aceitou participar do que ele mesmo chamou de uma “campanha histórica”.

“Vamos construir um novo Recife. Sinto-me preparado e disposto. Para isso, é fundamental trabalho, unidade, dedicação, luta e paz política. Seremos o primeiro a acordar e o último a dormir”, discursou Júlio, revelando a sua vontade de ganhar as ruas, já que a campanha começa oficialmente na próxima sexta-feira (6). Diante de um auditório lotado, Eduardo convocou os aliados a cair em campo para que Júlio possa ser conhecido pela população.

O governador disse que a campanha tem duas fases: antes e depois do guia eleitoral. Na primeira, as siglas precisam promover reuniões e debater de casa em casa para falar do projeto da Frente. Na segunda, o investimento maior será no guia de TV e rádio, já que a Frente deve ter 15 minutos.

Para quem o rotulava de um técnico sem jogo de cintura político, Geraldo Júlio foi logo avisando que sempre militou. Começou com os pais, na campanha do ex-governador Miguel Arraes em 1986, quando o avô de Eduardo foi eleito governador pela segunda vez. De lá para cá, atuou em todas as campanhas da Frente. Está no PSB desde a década de 80. Lembrou que a presidente Dilma Rousseff (PT) foi sempre uma técnica, antes de ser eleita em 2010.

“Vamos construir um governo popular, cuidando daqueles que mais precisam. Isso é inegociável”, falou, frisando que vai contar com as parcerias de Dilma e do governador. Em relação à gestão do prefeito João da Costa (PT) da qual o PSB participa com o vice-prefeito Milton Coelho, Geraldo Júlio frisou que será respeitoso, não atacará, uma vez que os dois estão no mesmo campo. “Será uma campanha bonita. Não entraremos em brigas. Não vamos nos perder.”

Apesar de Júlio ter adotado um tom diplomático com o PT, para dizer que não fará oposição ferrenha, Eduardo e o senador Armando Monteiro (PTB) – que falou em nome dos partidos da Frente –, teceram críticas. “O Recife, infelizmente, ainda é palco de carências estruturas que nos desafia. É possível construir um modelo de gestão que permita novos avanços”, disse Armando, referindo-se à candidatura de Júlio.

Ao falar sobre o contexto que gerou a candidatura alternativa à do PT, Eduardo argumentou que essa atitude não foi tomada contra ninguém, mas a favor do Recife. “Todos compreendemos que na vida, às vezes, a gente perde as condições de fazer determinadas tarefas. O PT perdeu. Essa atitude (de lançar outro candidato) foi tomada com tranquilidade. Conversei com Lula (o ex-presidente) hoje (ontem). Não queria vir pra cá, só falando por telefone. Olhei nos olhos e disse que somos os mesmos. Não vão fazer intriga”, frisou, citando o diálogo que teve com o ex-presidente ontem em São Paulo.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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