sexta-feira, 22 de junho de 2012

Protesto final

Cientistas, empresários, economistas e líderes indígenas aderem ao movimento das ONGs e repudiam documento final da conferência das Nações Unidas que se encerra hoje no Riocentro

Liana Melo e Henrique Gomes Batista

O protesto de ONGs e institutos de pesquisa ganhou a adesão de líderes empresariais, indígenas, além de cientistas e economistas. Com isso, diante da crescente indignação da sociedade civil a respeito do tom pouco ambicioso do documento final da Rio+20, o encerramento da conferência, marcado para hoje à tarde no Riocentro, vai se transformar num palco de protestos. O grupo que discorda do texto assinou uma carta-repúdio à Rio+20, que será entregue oficialmente hoje, ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Ele também receberá líderes da Cúpula dos Povos.

Entre os descontentes estão o economista Ignacy Sachs, do Centro de Pesquisas do Brasil Contemporâneo na Escola de Altos Estudos de Ciências Sociais (Paris); a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva; além dos cientistas Thomas Lovejoy e José Goldemberg. Líderes empresariais como os brasileiros Oded Grajew e Ricardo Young, ambos do Ethos; os economistas José Eli da Veiga e Peter May; líderes indígenas como Davi Kopenawa Yanomami e de ONGs, como Kumi Naidoo, do Greenpeace; e políticos como Fábio Feldman.

As manifestações que encheram as ruas do Centro na última quarta-feira começaram a se aproximar lentamente da conferência, confinada ao Riocentro, na Zona Oeste da cidade. Ontem, os protestos se espalharam dentro dos pavilhões: no maior deles, uma réplica em tamanho gigante do documento final foi simbolicamente rasgado, e jovens estenderam em um varal a pergunta: "O que nossos filhos se lembrarão da Rio+20?"

- A lista de adesão não para de crescer - disse Rubens Harry Born, coordenador das ONGs brasileiras que participaram de todo o processo negociador da Rio+20.

Mesmo com protestos e pressão por um documento mais ambicioso, o chefe de comunicação da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, Nikhil Chandavarkar, garantiu que não há qualquer possibilidade de o documento ser reaberto.

FONTE: O GLOBO

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