sexta-feira, 22 de junho de 2012

PT silencia sobre decisão

Ayrton Maciel e Gilvan Oliveira

A cúpula estadual do PT repetiu ontem a postura que vem mantendo desde a escolha do senador Humberto Costa como candidato a prefeito do Recife pelo partido: o silêncio. Tanto Humberto quanto o presidente estadual da legenda, Pedro Eugênio, não se pronunciaram sobre a oficialização do ex-secretário Geraldo Júlio como “prefeiturável” pelo PSB. Humberto informou, via assessoria, que se manifesta hoje. Pedro Eugênio não foi localizado.

Nos bastidores da Frente Popular, porém, corria ontem a informação da “contrariedade” do ex-presidente Lula com a decisão do governador Eduardo Campos. Segundo integrante da própria Frente (não petista), Eduardo não estaria conseguindo retorno de Lula aos seus contatos. “Eduardo sempre teve a atenção do aliado, a qualquer hora. Agora, não consegue. Lula não gostou. Está incomodado com o processo, porque achava que Eduardo daria apoio imediato a Humberto. Por mais que goste de Eduardo, o candidato de Lula é Humberto”, explicou o governista, em discrição.

Mais que a fragilização da candidatura de Humberto, Lula e PT estariam entendendo a decisão de Eduardo – de escantear o PT e lançar um nome do PSB – como a sua colocação como “candidato (a presidente) em 2014”. “Lula acha que Eduardo tomou a divisão do PT local como pretexto para criar um caminho próprio”, explicou a fonte.

Um dos petistas mais próximos ao ex-presidente, o dirigente do PT nacional Francisco Rocha, Rochinha, disse desconhecer o azedamento na relação de Lula com Eduardo, mas também não negou o fato. “Não posso dizer que está havendo ou não porque não tenho essa informação. Só digo que recebi de Lula o sinal verde para tocar a candidatura de Humberto”, ressaltou.

Segundo o governista da Frente Popular, o gesto de Eduardo, em encontro com Humberto, de oferecer ao PT a vice na chapa do PSB teria gerado mal-estar e é, hoje, a maior mágoa de Lula. “Foi visto como uma tentativa de humilhação”, disse a fonte.

Disposto a enfrentar Eduardo, o PT nacional já estaria sinalizando que, na campanha eleitoral, os governos Lula assumirão os grandes investimentos no Estado (Refinaria Abreu e Lima, Fiat, Sadia/Perdigão, Hemobras, estaleiro, PAC...). E se Lula vier ao Recife, será só para o palanque de Humberto. “A eleição pode chegar a um grau de tensionamento muito forte. Há uma posição (no PT) de, o PSB concretizando o candidato, Maurício Rands (secretário de Governo) e Isaltino Nascimento (Transportes) entregarem os cargos”, revelou o governista.

Apoio

Ontem, dirigentes do PP no Recife informaram que a maioria dos pré-candidatos a vereador indicou, após reunião, que o partido deveria apoiar Humberto Costa. Dos 51, 38 são a favor. O presidente estadual do PP, deputado Eduardo da Fonte, não foi localizado para comentar. Ele já havia indicado que o PP seguiria a Frente Popular.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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