terça-feira, 26 de junho de 2012

Rodrigo Maia ataca Paes e faz elogios a Dilma

Lançamento da da chapa DEM-PR, com Clarissa de vice, reúne no mesmo palanque os ex-adversários Garotinho e Cesar

Cássio Bruno

O deputado federal Rodrigo Maia, do DEM, oficializou ontem a sua candidatura a prefeito do Rio. O evento ocorreu na West Show, em Campo Grande, na Zona Oeste, e também confirmou o nome da deputada estadual Clarissa Garotinho, do PR, como vice na chapa da aliança. Além dos ataques ao atual prefeito Eduardo Paes, que tentará a reeleição, e ao governador Sérgio Cabral, ambos do PMDB, o encontro foi marcado por elogios à presidente Dilma Rousseff, do PT, que faz parte da base de apoio a Paes.

Na convenção realizada por DEM e PR, Rodrigo e Clarissa lançaram o slogan para a campanha: "um novo jeito de fazer". Rodrigo é filho do ex-prefeito Cesar Maia (DEM). E Clarissa é filha do deputado federal Anthony Garotinho (PR), ex-governador, e da prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, ex-governadora. Além deles, candidatos a vereador participaram do evento.

Lendo o discurso, Rodrigo Maia chorou ao lembrar do pai e foi ao ataque contra Paes:

- Terei a responsabilidade histórica de mostrar que o Rio de Janeiro não foi inventado pelo PMDB, pelo Eduardo Paes, pelo Cabral e por (Fernando) Cavendish (ex-presidente da Delta, empresa investigada pela CPMI do Cachoeira, e amigo de Cabral).

O candidato do DEM lembrou que Paes, ex-PSDB, atacava o ex-presidente Lula antes de se filiar ao PMDB, quando surgiu o escândalo do mensalão, em 2005. Segundo Rodrigo, o atual prefeito, à época, chegou a defender a prisão de um dos filhos de Lula. Paes, que oficializou a sua candidatura no último sábado, tem o apoio de pelo menos 19 partidos.

- Ele (Paes) vendeu a sua opinião para ser prefeito - disse Rodrigo, destacando que Paes faz "política oportunista".

Rodrigo Maia afirmou que a prioridade de seu governo, caso eleito, será a educação. Mas, apesar disso, ele fez críticas à área de saúde do atual prefeito. O candidato defendeu programas como o Favela-Bairro, criados por Cesar Maia.

Já Clarissa disse que ela e Rodrigo terão capacidade para negociar parcerias com o governo federal. Em sua campanha, Paes defenderá a sua aliança com os governos federal e estadual. A candidata a vice elogiou Dilma, referindo-se a presidente como uma "mulher sábia":

- Dilma é uma mulher sábia. Ela separou questões políticas e administrativas. Ela já demonstrou isso ao reconhecer o trabalho feito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ela é a presidente de todos os brasileiros.

Clarissa reconheceu os "avanços sociais" do governo Lula, mas afirmou ter "tido orgulho" de ir às ruas protestar contra o mensalão. No discurso, Clarissa afirmou que Garotinho e Cesar Maia "deixaram um legado para a cidade", apesar "dos erros e dos acertos".

Garotinho, por sua vez, ironizou Paes, referindo-se ao prefeito como "cachorrinho de madame" e "mimadinho":

- É um cachorrinho de madame. Quando o pau começar a comer (na campanha), ele vai fugir da raia.

O ex-governador ressaltou que a aliança com Cesar Maia ocorreu "acima de nossas posições" para "acabar com o sofrimento do povo do Rio". Em 2006, o ex-prefeito disse que apoiar Garotinho era "um beijo da morte".

Garotinho também ironizou a aliança PMDB-PT no estado:

- No sábado, foi a convenção deles. Foi a convenção do contracheque. Só tinha gente nomeada do governo e da prefeitura.

Cesar Maia comparou as eleições de outubro com as de 1965, no antigo estado da Guanabara. Ele lembrou que Flexa Ribeiro, favorito e apoiado por Carlos Lacerda, perdeu para Negrão de Lima:

- O Paes terá contra ele trabalhadores e pobres. Vai perder como Flexa Ribeiro.

Procurado pelo GLOBO, Paes, por meio da assessoria, não quis comentar os ataques.

FONTE: O GLOBO

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