quinta-feira, 19 de julho de 2012

Grevistas entram em choque com PM no DF

Após pichação do prédio da Educação, houve confronto e policiais usaram spray de pimenta para dispersar manifestantes

O ministro Aloizio Mercadante diz que o Congresso precisa achar fonte de financiamento para a educação no país

Servidores federais em greve protestam na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

Flávia Foreque e Natuza Nery

BRASÍLIA - O governo Dilma Rousseff foi alvo ontem da maior pressão já feita por servidores federais desde o início da onda de greves no funcionalismo.

Dez mil servidores, segundo a Polícia Militar do DF, protestaram ontem na Esplanada dos Ministérios exigindo reajuste salarial e reforma em planos de carreira. A passeata terminou em frente ao prédio do Planejamento, que negocia com as categorias.

Houve confronto entre os manifestantes e policiais, que chegaram a usar spray de pimenta para dispersar os grevistas. Latas, chinelos e um sinalizador foram arremessados no empurra-empurra. O Ministério da Educação foi pichado e alvejado com tinta.

A pasta foi a única contemplada por uma proposta de reajuste -professores de universidades e institutos federais estão em greve há pouco mais de dois meses.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que o problema é encontrar uma fonte de financiamento para atender as demandas.

"Estou tentando dizer para o movimento [grevista] que esse é o verdadeiro debate. Para mim, essa fonte é o pré-sal, mas o Congresso precisa resolver essa questão", afirmou Mercadante.

A oferta feita pelo MEC na semana passada foi criticada pelos docentes, que alegam que o reajuste só recupera as perdas com a inflação. "A ideia é tensionar para que o governo de fato apresente uma questão concreta", disse Ismael Cesar, da CUT-DF.

Em evento ontem na AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, também voltou a defender reajuste para a magistratura.

"É preciso despendurar os magistrados do cheque especial, do cartão de crédito", afirmou o ministro.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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