Lindbergh, pré-candidato à sucessão do governador, critica projeto de PMDB de ficar no poder com Pezão e Eduardo Paes
Paulo Celso Pereira
BRASÍLIA . Caiu como uma bomba no PT do Rio a decisão do governador Sérgio Cabral (PMDB) de renunciar ao cargo em dezembro de 2013 para deixar o vice Luiz Fernando Pezão ganhar "musculatura" para a disputa do governo do estado em 2014. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que vinha trabalhando nos bastidores em busca de consenso em torno de sua candidatura ao governo, decidiu se antecipar e lançar-se candidato.
- A eleição está longe, mas eu serei candidato a governador. Essa é uma posição já aceita quase por consenso no PT do Rio. A pergunta que faço é se eles (Cabral e o PMDB) combinaram com o povo. Porque a máquina tem peso, mas quem decide as eleições é o povo. E podemos ganhar a eleição - reagiu Lindbergh.
A maior preocupação dos petistas é com a longevidade do plano do governador. Conforme O GLOBO revelou ontem, a ideia de Cabral é pôr Pezão à frente do governo já em dezembro de 2013 e, com isso, fortalecê-lo para a disputa de 2014. Caso ele vença a disputa, ficaria inelegível em 2018, quando Eduardo Paes (PMDB) seria candidato, com apoio dos dois. Hoje prefeito do Rio, Paes ainda poderia, se vitorioso, ser candidato à reeleição em 2022. Procurados ontem, Cabral e Paes não quiseram comentar o assunto.
- O PT não pode ficar secundarizado aqui até 2026. É isso que eles querem. Nós não admitiremos isso - protestou Lindbergh, que diz hoje não temer uma intervenção nacional do seu partido. - Todo mundo com quem tenho conversado da direção nacional do partido apoia nossa candidatura.
Entre os petistas, no entanto, o clima é de temor. Historicamente, a direção nacional do PT vêm apoiando o uso da legenda no Rio como moeda de troca dos planos nacionais da sigla. Em 1998, chegou a promover uma intervenção para a retirada da candidatura de Vladimir Palmeira ao governo.
A atitude de Cabral - que há dois meses revelou à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula o desejo de sair do governo no fim de 2013 - é vista por petistas como a preparação de terreno para que seja, novamente, negociada uma troca. Nela, o governador apoiaria a reeleição de Dilma e o PT nacional retiraria a candidatura de Lindbergh.
- Não tenho dúvida de que a existência desse diálogo é a antessala da barganha que virá depois para impedir o PT de ter candidatura própria em 2014. É a velha chantagem de sempre - protestou o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), principal crítico da aliança entre os dois partidos no governo e na prefeitura do Rio. - Esse plano mostra que aqui no Rio o exercício do poder é uma ação entre amigos.
Molon disse que, ao grupo do governador, o que importa é estudar as melhores jogadas para se perpetuar no poder:
- É uma visão do estado como uma capitania hereditária. Do "nós combinamos entre nós e o povo serve como massa de manobra".
Principal inimigo de Cabral, o ex-governador Anthony Garotinho (PR) entrou no debate, pelo Twitter: "Cabral pode até deixar o governo em dezembro de 2013 como anda dizendo, mas mais uma vez mente na hora de dar os motivos". Segundo o ex-governador, a preocupação de Cabral são as investigações sobre obras do governo estadual. "Ele está querendo sair fora dos escândalos que virão à tona em cima do governo".
FONTE: O GLOBO
Foi a melhor decisão mesmo. Tem meu total apoio. Foi um planejamento muito bem pensado, para garantir que a administração continue do mesmo jeito.
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