segunda-feira, 16 de julho de 2012

PSB é o partido que mais cresce em número de candidaturas

O PSB foi o partido que mais cresceu em número de candidatos a prefeito desde as últimas eleições municipais, segundo o EstadãoDados. Este ano, vai disputar uma em cada cinco prefeituras do País, 14% a mais que em 2008. No total , são 1.044 candidatos do partido socialista. O PT também cresceu. São 8% a mais do que em 2008, ultrapassando o PSDB em números absolutos. Mesmo com queda de 16%, o PMDB mantém o maior número de candidatos. O pior desempenho é do DEM, que perdeu 42% das candidaturas. O PSD estreia com mais de mil candidaturas

PSB apresenta o maior crescimento de candidaturas entre as grandes siglas

Amanda Rossi

Entre os grandes partidos, o PSB é que mais cresceu em número de candidatos a prefeito desde as últimas eleições municipais. Este ano, ele vai disputar uma em cada cinco prefeituras do País, 14% a mais que em 2008. No total, são 1.044 candidatos do partido socialista, 126 a mais que em 2008.

Levantamento do Estadão Dados no Tribunal Superior Eleitoral mostra também que o PT nestas eleições ultrapassou o PSDB no número de candidatos, ficando atrás apenas do PMDB, que mesmo recuando 16% em relação a 2008 continua tendo a maior base de candidaturas. O novato PSD ocupa a quarta posição nesse ranking.

A avidez do PSB na disputa municipal deste ano já gerou conflitos com o PT, seu aliado nacional, em pelo menos três capitais. Em Belo Horizonte, o atual prefeito Marcio Lacerda (PSB) vai enfrentar o ex-ministro Patrus Ananias (PT). Em Recife e Fortaleza, o PSB também sairá com candidatos próprios contra o partido da presidente Dilma Rousseff. Para dissipar o desconforto, Dilma se reuniu na semana passada com o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e recomendou que as eleições municipais não fossem confundidas com a aliança nacional entre os dois partidos. Após três horas de reunião, Campos anunciou que a paz estava selada.

A influência do PSB acontece com maior intensidade na região Nordeste do País. Mais da metade dos candidatos a prefeito do partido estão concentrados por lá, onde vão disputar uma em cada três cadeiras do Executivo municipal. A faixa de influência dos socialistas também se estende para o Sudeste, onde estão um quarto dos seus candidatos. Mas no resto do País sua presença ainda é tímida. Nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul, os candidatos da legenda estão na briga por apenas uma em cada dez prefeituras.

Devido ao crescimento, o PSB saltou do oitavo para o sexto lugar na lista de partidos com mais candidatos a prefeito. Ainda sim, ele dá mais apoio para chapas encabeçadas por outras siglas do que apresenta candidatos próprios. Apesar das rusgas com o PT, os socialistas são a maior fonte de apoio para os petistas. Embora o PMDB e o PT possuam o maior número de alianças (em mais de mil municípios), o PSB é o partido que mais dá apoio aos candidatos do PT nestas eleições - o PSB apoia os petistas em 413 cidades; o PMDB em 382 (números com base em 90% das informações do TSE consolidadas).

O PMDB, que tem a maior base municipal do País, continua sendo a principal força partidária na corrida pelas prefeituras. Mas o número de candidatos caiu 16% em relação a 2008. Este ano, serão 2.292 nomes peemedebistas, 440 a menos. Ainda sim, o número é quase 30% maior que o do PT, que ocupa o segundo lugar em quantidade de candidatos.

Virada e PSD. O resultado petista, no entanto, representa uma virada. Este ano, a sigla ultrapassou os tucanos, que perderam quase 200 candidatos em relação a 2008. A força do PSDB concentra-se em São Paulo, Minas e Paraná - todos governados por tucanos -, que detêm metade dos nomes do partido para as prefeituras. O PT é também o segundo que mais cresceu entre as grandes legendas, atrás apenas do PSB. Em 2012, são 124 candidatos a mais que nas últimas eleições, totalizando 1.789 - um aumento de 7%.

Nas suas primeiras eleições, o PSD é um fenômeno. Criado em 2011 pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o partido tem o quarto maior número de candidatos, atrás do PMDB, PT e PSDB. No total, são 1.094 nomes. A distribuição regional das candidaturas mostra que Kassab conseguiu costurar apoio principalmente fora do seu Estado. Quatro entre dez candidatos do PSD estão no Nordeste. No Sudeste, a sigla concorre a 12% das prefeituras.


Mais de 400 mil concorrem às vagas de vereador

Cerca de 430 mil candidatos vão concorrer às 57 mil vagas de vereador em 2012. É como se todos os moradores de Santos, no litoral paulista, resolvessem entrar em campanha em busca de um lugar nas Câmaras municipais do Brasil. O número representa um salto em relação às últimas eleições municipais, em 2008. Este ano, são 85 mil candidatos adicionais. Mais pessoas concorrendo também significa mais gastos de campanha. Na cidade de São Paulo, por exemplo, as legendas preveem gastar em média até R$ 2,7 milhões por cabeça em disputa.

O PMDB, partido com mais candidatos a prefeito, tem também o maior número de nomes para vereador: 41,5 mil. Em seguida, vem o PT, com 39,6 mil pessoas. Em relação a 2008, os petistas foram os que mais cresceram em número de candidatos a vereador, com um acréscimo de 24%. Em seguida, aparece o PSB, com 24,6 mil candidatos, aumento de 23%. A quantidade de nomes para vereador aumentou em quase todos os partidos, exceto no DEM, que perdeu 4,3 mil.

Democratas têm 42% menos candidatos

Os democratas vivem momentos difíceis. Em 2011, enfrentaram denúncias do chamado "mensalão do DEM" e viram parte dos seus quadros migrar para o PSD, criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Já este ano, foram abalados pelo esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira devido as suspeitas contra o ex-senador e ex-democrata Demóstenes Torres (sem partido-GO). Na última quarta-feira, Demóstenes tornou-se o segundo senador cassado da história. Não bastassem esses revezes, o DEM precisa lidar agora com o desfalque na corrida eleitoral.

O partido entra nas eleições municipais de 2012 com 42% menos candidatos a prefeito que em 2008. No total, são 729 nomes, a maioria nas regiões Sudeste e Nordeste. Se conseguir manter o resultado do último pleito municipal, quando elegeu quatro prefeitos a cada dez candidatos, o DEM vai fechar o ano com um resultado minguado: 291 prefeituras dentre as 5.566 possíveis do País.

A queda do DEM é a maior entre todas as legendas. A intensidade do declive fez os democratas despencarem do quarto para o nono lugar na lista de partidos com mais candidatos a prefeito. Agora, quem ocupa a quarta posição é o rival PSD, que vai disputar mais de mil prefeituras. O DEM também perdeu em número de vereadores. Este ano são 4,3 mil a menos.

Gangorra. Mas não é apenas o DEM que perdeu candidatos a prefeito. Entre os grandes partidos, a segunda maior queda é do PR, que diminuiu 24%. Também caíram PTB (20%), PDT (16%), PP (13%), além do PMDB (16%) e do PSDB (10%). Juntos, os sete partidos têm 1.900 candidatos a menos que nas últimas eleições municipais de 2008.

A descida foi compensada pelo surgimento do PSD e pelo crescimento do PSB (14%), do PT (7%), que somaram 1.340 candidaturas adicionais.

Também se destacaram os partidos menores de orientação de esquerda. Juntos PSOL, PSTU e PC do B vão disputar 121 prefeituras a mais este ano.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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