terça-feira, 7 de agosto de 2012

Em Recife, invasão petista em ato tucano

Panfletagem anunciada pela campanha de Daniel é marcada por “guerra” de sons com adversários do PT, mas sem violência

Paulo Augusto

O que era para ser um simples ato de panfletagem acabou se transformando numa disputa por espaço e eleitores na base do grito. As militâncias dos candidatos a prefeito do Recife Daniel Coelho (PSDB) e Humberto Costa (PT) estiveram lado a lado, ontem, em frente à Estação Central do Metrô. Juntas, disputaram cada eleitor que passava na rua, cada carro que parava diante do sinal. Ainda que não tenha existido qualquer tipo de agressão, facilmente se percebia o clima de torcidas organizadas, com cada uma tentando fazer mais barulho que a outra, numa “disputa” que se iniciou por volta das 17h e durou mais de uma hora.

A panfletagem estava na agenda oficial de campanha de Daniel Coelho, divulgada domingo à tarde. Qual não foi a surpresa, não apenas da militância como do próprio candidato ao chegar no local previsto e dar de encontro com as bandeiras vermelhas e a juventude petista. Ainda que tenha havido a desconfiança por parte de alguns tucanos de que a presença de o PT tenha “premeditado” o encontro, aproveitando a divulgação prévia do ato, ninguém do grupo rival, entre os que conversaram com a reportagem, afirmaram saber que Daniel estaria no local.

Um dos momentos mais constrangedores ocorreu quando a militância de Humberto Costa, em maior número, resolveu seguir, em grupo, cantando, na direção de onde o grupo de Daniel Coelho havia se posicionado. Neste momento, as camisetas vermelhas passaram a predominar ao redor do candidato tucano, que fazia a distribuição de panfletos e adesivos. Como resposta, o grupo do candidato do PSDB, de posse de um megafone, passou a entoar gritos pró-Daniel. Não demorou muito para que um carro de som da campanha de Humberto parasse diante da estação executando o jingle do candidato do PT. Ao mesmo tempo, militantes das duas facções passaram a abordar, quase que simultaneamente, as mesmas pessoas e os mesmos veículos.

Segundo Daniel Coelho, esse tipo de “embate” é normal de militância, até porque não houve violência. No entanto, fez uma ressalva: “Só estranho que eles estavam lá, num local específico, e depois vieram em nossa direção. De todo modo, foi importante para termos uma boa medida do sentimento da rua, que é muito diferente dos resultados que estamos vendo nas pesquisas”, afirmou. Humberto Costa não participou da panfletagem.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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