sábado, 11 de agosto de 2012

Em S. Paulo, largada eleitoral tem chuva de promessas

Em um mês de campanha oficial, candidatos em São Paulo não economizam nos compromissos; zona leste é alvo de boa parte dos planos

Bruno Boghossian, Bruno Lupion, Felipe Frazão e Ricardo Chapola

No primeiro mês da disputa pela Prefeitura de São Paulo, os quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas fizeram dezenas de promessas para solucionar problemas da capital paulista, como reduzir impostos para empresas se instalarem na zona leste, estabelecer uma tarifa mensal única que permita o uso ilimitado do Bilhete Único, construir ciclovias e operar as unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMAs) 24 horas por dia.

A vedete da campanha, até o momento, tem sido levar empresas para a região da Avenida Jacu Pêssego, com o objetivo de reduzir o deslocamento diário de pessoas entre o extremo leste - onde há muita moradia, mas pouco emprego - e o centro expandido.

Celso Russomanno (PRB), Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB) sustentam a proposta em seus eventos de campanha. José Serra também, com ênfase na construção de um polo tecnológico na região de Itaquera.

A proposta dos candidatos não é inédita: a Prefeitura concede incentivos tributários a empresas que se instalem na região de Itaquera desde 2004, sem que o panorama do bairro tenha se transformado. Para a urbanista Raquel Rolnik, trata-se de uma proposta insuficiente para qualificar o cenário urbano.

A maioria dos candidatos também concorda em investir nos deslocamentos de bicicleta. Serra e Chalita prometem ampliar a malha de ciclovias da cidade para 400 quilômetros. Haddad quer integrar o empréstimo de bicicletas ao Bilhete Único.

Essa não é a única mudança sugerida pelo petista no Bilhete Único, criado na gestão Marta Suplicy (PT). Haddad também prometeu estabelecer uma tarifa mensal fixa de cerca de R$ 150 que permitiria realizar viagens ilimitadas de ônibus pela capital. Para a proposta funcionar plenamente, Haddad teria de combinar o modelo com o governo do Estado, que administra o sistema de trens e o metrô, mas integrantes da campanha de Serra foram unânimes em definir a proposta como um "retrocesso", por contemplar apenas o sistema de ônibus.

Saúde. Munidos de pesquisas que apontam a área da saúde como a mais sensível para o paulistano, os candidatos também apresentaram soluções para o setor. Chalita propõe que cada bairro tenha pelo menos um equipamento de saúde e que as AMAs funcionem 24 horas por dia - esta última proposta também é defendida por Serra. Haddad promete construir, em quatro anos, três hospitais - nas zonas norte, sul e leste - e Russomanno, aumentar o salários dos médicos para melhorar o atendimento.

Ontem, em comício na Praça da República, Haddad também prometeu construir 55 mil moradias populares e beneficiar 75 mil famílias com a urbanização de favelas. Por sua vez, Serra fez caminhada na Rua 25 de Março e propôs construir um shopping popular na região do Pari para abrigar vendedores ambulantes.

Agenda negativa. Adversários tradicionais, nos últimos 20 dias petistas e tucanos têm se acusado mutuamente de fascistas e nazistas. O bate-boca começou em 19 de julho, quando o coordenador da campanha petista, vereador Antonio Donato, chamou de fascistas quatro membros da juventude do PSDB que se fizeram passar por estudantes de universidades federais para protestar contra Haddad. No dia seguinte, Serra afirmou que a militância do PT na internet se assemelhava às tropas nazistas. Anteontem, o site de Haddad veiculou um vídeo produzido por terceiros que comparava Serra a Adolf Hitler.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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