sábado, 18 de agosto de 2012

Greve de professor acaba em oito universidades

Governo propõe reajuste de 15,8% a 600 mil servidores para conter paralisações

Percentual médio oferecido a docentes, no entanto, ficou entre 25% e 40%. Mas, para a volta às aulas, estudantes ainda dependem do retorno ao trabalho de servidores técnicos e administrativos.

O governo ofereceu ontem reajuste de 15,8%, parcelado em três anos, para mais de 600 mil servidores de 25 categorias do Executivo, incluindo saúde e educação. A proposta ainda vai ser submetida aos trabalhadores em assembléias nos estados, na próxima semana. O percentual, no entanto, é bem abaixo do reivindicado pelas categorias. No caso das universidades, a proposta de voltar ao trabalho foi aceita na UnB e em alguns campi de universidades no Rio Grande do Sul, no Paraná e em São Paulo (Unifesp e São Carlos), Santa Catarina e no Acre.

Professores de oito universidades federais vão voltar ao trabalho

Retorno às aulas continua incerto com greve de outros servidores

Demétrio Weber

Serviços parados

BRASÍLIA e SÃO PAULO Os professores da Universidade de Brasília (UnB), uma das maiores instituições federais do país, decidiram ontem encerrar a greve iniciada em maio. Por 130 votos a 115 e três abstenções, eles aprovaram em assembleia o fim da paralisação, com volta às aulas a partir da próxima segunda-feira. Assim, chega a oito o número de instituições federais que encerraram o movimento grevista, quatro delas apenas parcialmente, conforme balanço do Ministério da Educação. A volta às aulas ainda depende do retorno ao trabalho de servidores técnico-administrativos.

A proposta apresentada aos professores universitários em julho foi de reajustes entre 25% e 40% sobre os salários de março, a serem pagos em 2013, 2014 e 2015, na proporção de 50%, 30% e 20%.

Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), a greve dos professores também foi encerrada, mas os servidores da universidade continuam parados e, portanto, não há uma decisão de quando os estudantes podem retornar. Situação parecida ocorre em quatro campi da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em São Paulo, os docentes da Unifesp no campus de Guarulhos também votaram pelo fim da greve.

O MEC informou que o fim da greve e o retorno ao trabalho já foi aprovado também na Universidade de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Universidade de São Carlos (Ufscar) no campus de Sorocaba; 12 campi do Instituto Federal do Paraná (IFPR) e três do Instituto Federal do Acre (IFAC). De acordo com o ministério, caberá aos respectivos conselhos de cada instituição definir o novo calendário de aulas.

O professor Josevaldo Cunha, diretor do Andes-Sindicato Nacional e representante do comando nacional de greve, disse que uma nova rodada de assembleias em cada universidade será realizada na semana que vem. Segundo ele, a orientação do comando é favorável à continuação da greve, embora as assembleias tenham autonomia, a exemplo do que ocorreu ontem na UnB.

Para Cunha, a categoria deve insistir em reabrir as negociações com o governo, já que o prazo final para o envio de projeto de lei ao Congresso com mudanças na carreira docente vai até o próximo dia 31 de agosto.

- O comando está recomendando a continuação da greve - disse Cunha.

FONTE: O GLOBO

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