segunda-feira, 6 de agosto de 2012

‘Salvei o Brasil de Dirceu’, afirma Roberto Jefferson

Roberto Jefferson voltou à atacar José Dirceu, ambos réus no julgamento do mensalão. Ao deixar o hospital após a retirada de um tumor, disse que o petista o "derrubou", mas que salvou "o Brasil dele". O presidente do PTB elogiou a atuação do procurador

Roberto Jefferson afirma que "salvou país" de Dirceu

RIO - O ex-deputado Roberto Jefferson voltou a atacar ontem o ex-ministro José Dirceu, com quem divide o banco dos réus no julgamento do mensalão, e isentou novamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de qualquer envolvimento com o esquema.

"A minha luta era com o Zé Dirceu. Ele me derrubou, mas eu salvei o Brasil dele. Ele não foi, ele não é e não será presidente do Brasil."

Jefferson afirmou não poder avaliar as provas contra José Dirceu, mas disse não ter "nenhum ódio ou ressentimento contra ele". "A minha luta contra ele eu já exauri. A luta agora é de vocês [imprensa], da opinião pública, dos ministros daquela corte."

O presidente do PTB falou com a imprensa ao deixar o hospital Samaritano, no Rio, após retirar um tumor maligno do pâncreas e passar mais de uma semana internado.

Caminhando e falando com certa dificuldade, ele disse que se sentia "muito bem" e demonstrou otimismo ao falar sobre sua saúde.

"Recebi [o diagnóstico de câncer] com serenidade. Eu sou um guerreiro. Já peitei o PT sozinho. O que eu não vou fazer com um cancerzinho de pâncreas? Dou de pau nele."

O ex-deputado teve a doença diagnosticada às vésperas do início do julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) e chegou a atribuir o surgimento dela às pressões que diz receber desde que delatou o esquema, em entrevista à Folha, em 2005.

Ele responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele admitiu ter recebido R$ 4 milhões do valerioduto, mas diz que o dinheiro foi repassado pelo PT para financiar candidatos do PTB em 2004, e não para comprar votos no Congresso.

Sobre os atritos pessoais entre os ministros do STF, o presidente do PTB disse que "eles são seres humanos como nós e, às vezes, os defeitos se avultam". "Como aquela casa está sob total controle da mídia hoje, os defeitos estão ficando exponenciais, e as virtudes também."

Ele afirmou que acompanhou o julgamento pela televisão no hospital e o classificou como "o maior momento de afirmação da democracia no Brasil".

Jefferson considerou "eficaz" a atuação do procurador-geral, Roberto Gurgel.

"Ele fez uma bela peça de acusação. Apesar de a prova ser frágil em muitos momentos, ele tem razão em muitas coisas que eu ouvi durante seu relatório. Falou a acusação. Nesta festa democrática que estamos vivendo, falará a defesa a partir de agora."

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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