sábado, 1 de setembro de 2012

Brasil tem menor crescimento entre Brics

E O PIBINHO NÃO REAGE...

Expansão do país fica 23º lugar em ranking mundial. Reino Unido volta a ser a sexta maior economia

Lucianne Carneiro

O desempenho decepcionante da economia brasileira no segundo trimestre colocou mais uma vez o Brasil na lanterninha entre os países no que se refere ao ritmo de crescimento. Levantamento feito pela Austin Rating apontou que o Brasil ficou em 23ª posição em crescimento econômico entre 35 países, muito atrás dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), de outros emergentes e até dos Estados Unidos e do Japão.

E o trimestre também trouxe outra notícia ruim: o Brasil voltou a ser a sétima economia mundial, deixando o sexto lugar - que tinha sido conquistado no primeiro trimestre - para o Reino Unido, segundo cálculo do estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno.

- O Brasil destoa dos Brics e dos outros países. O último crescimento vistoso foi 2010. Este já é o segundo ano de crescimento mais fraco, um crescimento de não emergente - afirmou o professor da FEA/USP Simão Davi Silber.

A expansão de 0,5% no segundo trimestre, frente a igual trimestre de 2011, fez do Brasil o último entre os Brics. O país asiático, primeiro lugar no ranking, registrou taxa de 7,6%, enquanto a Índia, na quarta posição, avançou 5,5%. A Rússia, por sua vez, é o 11º país da lista, com 4% de crescimento. Outros países da América Latina também ficaram à frente do Brasil, como Chile e México.

O crescimento do Brasil foi menor até mesmo que o de países desenvolvidos, como EUA (2,3%) e Japão (3,5%).

O investimento, segundo o economista da Austin Rating Rafael Leão, ajuda a explicar as diferenças:

- Estamos crescendo a passos de tartaruga se compararmos com outros emergentes. Nosso investimento é muito menor. A taxa foi de 17,9% no segundo trimestre, quando na China é de 48% e na Índia, de 34%.

A situação hoje é muito diferente de 2010, quando o Brasil avançou 7,5%, ritmo mais próximo dos outros Brics.

- Com esse resultado de agora, o Brasil fica fora da foto dos Brics - destacou o ex-diretor do Banco Central e chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas.

Para o estrategistra-chefe do Banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno, a menor demanda externa aumentou a competição no mundo, o que deixou em evidência a baixa competitividade da indústria e da economia brasileira. Na sua avaliação, no entanto, a perda do posto de sexta maior economia mundial para o Reino Unido teve relação com a a alta do dólar:

- Apesar de ter avançado em reais no segundo trimestre, quando contabilizamos em dólar percebemos que houve queda do PIB nominal no período. O câmbio médio passou de R$ 1,77 no primeiro trimestre para R$ 1,97 no segundo trimestre

FONTE: O GLOBO

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